O atacante Vinicius Júnior revelou em depoimento que temeu pela própria vida e pela segurança de sua família ao ver um boneco com sua camisa pendurado em uma ponte de Madri, simulando um enforcamento. O ato racista, ocorrido em janeiro de 2023, antecedeu o clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid e será julgado pelo Tribunal Provincial da capital espanhola a partir de 16 de junho.
A cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos… Tudo registrado.
— Vini Jr. (@vinijr) May 22, 2023
Mas o discurso sempre cai em “casos isolados”, “um torcedor”. Não, não são casos isolados. São episódios… pic.twitter.com/aSCMrt0CR8
— Foi um dia muito triste para mim. Eu não sabia o que ele (o boneco pendurado) queria dizer, se eu e minha família estávamos em perigo — disse Vinicius, segundo a agência EFE.
Vinicius Jr. prestou o depoimento por videoconferência nesta segunda-feira (19), e as autoridades o utilizarão como prova no julgamento dos quatro torcedores do Atlético de Madrid, que a acusação aponta como autores da ação. Como o jogador disputará a Copa do Mundo de Clubes na mesma data do julgamento, o tribunal antecipou a audiência.
Investigação aponta crime de ódio e ameaça
A Promotoria da Espanha acusou os envolvidos de crime contra os direitos fundamentais e liberdades públicas, sob a forma de ameaça incondicional e ataque à dignidade moral do jogador. O Ministério Público pede quatro anos de prisão e uma indenização solidária de seis mil euros (cerca de R$ 38.400) pelos danos causados ao atleta.
Os suspeitos, identificados como membros da Frente Atlético — grupo de torcida organizada do clube colchonero — têm entre 19 e 24 anos e já estavam fichados em partidas classificadas como de alto risco. Em 26 de janeiro de 2023, o grupo estendeu uma faixa com os dizeres “Madri odeia o Real” e pendurou o boneco com a camisa de Vini Jr. por uma corda, em uma ponte próxima ao centro da cidade.
Repercussão e repúdio internacional
A ação gerou indignação no cenário esportivo e político. O Real Madrid divulgou nota classificando o ocorrido como um “ato lamentável e repugnante de racismo, xenofobia e ódio”, e agradeceu o apoio recebido de outras instituições e da sociedade civil. O Atlético de Madrid também condenou a atitude, afirmando que “a rivalidade entre os dois clubes é máxima, mas também o respeito”.
Entidades como a LaLiga e a Real Federação Espanhola de Futebol também se posicionaram contra o ato racista, exigindo punições exemplares. A audiência no Tribunal de Instrução nº 28 de Madri será decisiva para determinar se os envolvidos receberão a pena máxima pedida pelo MP.
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Perguntas frequentes
Vinicius Júnior prestou depoimento antecipado por videoconferência porque estará na Copa do Mundo de Clubes durante o julgamento dos acusados.
Eles foram denunciados por crimes contra os direitos fundamentais, dignidade e integridade moral do jogador, além de ameaça incondicional.
O Ministério Público solicitou quatro anos de prisão e uma indenização de seis mil euros pelos danos morais causados ao atleta.