Imagens que circulam nas redes sociais mostram garimpeiros ilegais fugindo da Terra Indígena Yanomami, em uma pequena jangada improvisada. No registro, o grupo de cerca de 10 pessoas aparece descendo o rio Mucajaí — uma das rotas de fuga dos criminosos que estão deixando a região, após medidas mais duras do governo em combate à atividade garimpeira.
O vídeo, gravado pelos próprios tripulantes da embarcação, mostra um momento de descontração entre os garimpeiros, que dividem um saco de farinha como alimentação durante os dias de viagem.
“E aí, galera. Aqui nós estamos na jangada, descendo o rio. Olha o nosso almoço [saco de farinha]. Olha. O conterrâneo aqui só no almocinho dele de boa. Olha os meninos. Os pilotos aí”, diz o tripulante que narra o vídeo.
“Isso aqui que é o chefe da jangada, ele que coordena. É isso aí galera. Estamos descendo o rio Mucajaí. Bacana, hein?”, emenda o garimpeiro.
Veja:
Os responsáveis pelo garimpo ilegal na terra indígena começaram a deixar o local em 30 de janeiro, após medidas mais duras do governo federal para combater a atividade criminosa. Os fugitivos am dias em jangadas e canoas percorrendo o rio, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinar o bloqueio aéreo na região.
Em nota, o Palácio do Planalto disse, na ocasião, que o corte no tráfego tinha o objetivo de “impedir o o de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças”.
“As iniciativas visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região, impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos”, informou o governo.
Yanomami: operação destrói aeronaves e apreende armas de garimpeiros
Tragédia Yanomami
Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Yanomami, também em decorrência do garimpo ilegal, a população vive uma grande crise sanitária. Além de a atividade provocar assassinatos dos indígenas, nos últimos meses também foram registradas diversas mortes por desnutrição.
A exploração do garimpo ilegal traz a incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde também contribui para o quadro.
Em portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), em 20 de janeiro, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) em terras Yanomami.
Via Metrópoles