O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso acaba de dar um golpe na democracia de Água Boa. Em decisão polêmica, cassou o mandato do vereador Sebastião Sérgio dos Reis (PP) – mas só DEPOIS que ele assumiu o cargo. O motivo? Uma condenação por crimes graves que só foi confirmada após as eleições.

A brecha legal que elege bandidos
A lei eleitoral brasileira tem um defeito grave: permite que condenados em primeira instância concorram às eleições enquanto recorrem da sentença. No caso do vereador de Água Boa, a justiça confirmou seus crimes de associação criminosa e tráfico de armas apenas em outubro de 2024 – meses depois da eleição. Enquanto isso, ele tomou posse e governou como se nada tivesse acontecido.
Quem paga o pato?
Os grandes prejudicados são sempre os mesmos: os eleitores. A cidade agora precisa esperar a convocação de um suplente, enquanto projetos importantes ficam parados. Pesquisas do Datafolha mostram que 72% dos brasileiros não confiam em políticos com processos na justiça – mas a lei continua permitindo que eles se elejam.
O sistema que premia os errados
Este não é um caso isolado. Nas últimas eleições, 18% dos eleitos tinham processos judiciais. A cada ciclo eleitoral, a situação se repete: políticos usam recursos jurídicos para adiar condenações e se manter no poder. Enquanto isso, o Congresso arrasta os pés para mudar a legislação.
Você sabia?
- Por que políticos condenados ainda podem se eleger?
Porque a lei permite que recorram em liberdade até o julgamento final. - Quanto tempo leva para cassar um mandato?
Em média 2 anos – tempo suficiente para fazer muita coisa errada. - Isso vai mudar em 2026?
Difícil. As propostas de reforma política estão paradas há anos no Congresso.
Este caso escancara a urgência de uma reforma política real. Enquanto a lei não mudar, continuaremos vendo criminosos chegando ao poder – e só sendo retirados quando já fizeram estrago. A pergunta que fica é: até quando?