Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira (29), o vereador Bruno Rios (PL), integrante da base da prefeita Flávia Moretti (PL), surpreendeu ao solicitar ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) a abertura de um processo istrativo com objetivo de viabilizar uma intervenção judicial no Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAEVG). A justificativa foi contundente: segundo ele, o município perdeu completamente a capacidade de gerenciar o saneamento básico.
Falta de transparência e diálogo institucional ineficaz acendem alerta
O parlamentar criticou duramente a conduta da autarquia, destacando que sequer os requerimentos enviados pelos vereadores recebem respostas transparentes. Conforme afirmou Rios, a ausência de diálogo impede que o Legislativo cumpra sua função fiscalizadora. Para ele, o DAEVG atravessa um cenário de sucateamento, paralisia istrativa e completa falta de vontade política para resolver o problema mais básico da população: o o à água.
“Estou solicitando a abertura de um processo istrativo com fins de intervenção judicial no DAE. Por quê? Porque precisamos de água, simplesmente”, declarou. O vereador lamentou que mudanças pontuais na gestão não tenham surtido efeito. “Trocam o gestor, mexem aqui, mexem ali, trazem gente velha [de outras gestões]… e o que mais importa continua sem solução: água na torneira”, disparou.
População sofre com falta d’água até em bairros que nunca tiveram problemas
Segundo Rios, relatos de moradores têm se intensificado nos últimos meses, inclusive em regiões historicamente estáveis quanto ao abastecimento. “O que mais me revolta é ouvir: ‘Vereador, minha casa nunca faltou água e agora está faltando’. Locais que nunca tiveram problemas, hoje estão sem abastecimento”, pontuou o vereador em tom de indignação.
Ele não descartou a possibilidade de decretar calamidade pública, caso o cenário persista. A insatisfação popular tem crescido, e o caos estrutural dentro do DAEVG, segundo ele, já ultraou os limites da tolerância istrativa e da eficiência mínima.
Rios sugere intervenção semelhante à ocorrida na saúde de Cuiabá
Como solução emergencial, o parlamentar propôs que o governador Mauro Mendes (União Brasil), engenheiro civil de formação, intervenha diretamente na gestão do departamento. Rios citou o exemplo da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, que ou por intervenção estadual e posteriormente foi devolvida à prefeitura. Para ele, a medida pode ser replicada com sucesso em Várzea Grande, garantindo alívio à população.
“O governador interveio, organizou e devolveu a pasta à Prefeitura. Que faça o mesmo por Várzea Grande. A situação não pode continuar como está”, concluiu Rios, ao cobrar uma resposta urgente para a crise no saneamento da cidade.
Perguntas e Respostas
A má gestão, o sucateamento da autarquia e a falta de resposta a requerimentos da Câmara Municipal.
A abertura de processo istrativo no MPMT e uma intervenção direta do governo estadual, nos moldes da saúde de Cuiabá.
Muitos bairros que nunca enfrentaram problemas agora sofrem com a falta frequente de água nas torneiras.
