O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu retirar todas as sanções impostas à Síria, encerrando um bloqueio que durava desde o início da guerra civil no país. Ele fez o anúncio durante visita oficial à Arábia Saudita, destacando que a mudança ocorre após a deposição de Bashar al-Assad e a chegada ao poder de Ahmed al-Sharaa, um ex-integrante da Al-Qaeda que rompeu com o grupo em 2016 e hoje lidera o governo de transição em Damasco.
Trump afirmou que as restrições econômicas já cumpriram seu objetivo e que agora chegou o momento de permitir que a Síria reconstrua sua infraestrutura e recupere a estabilidade social. Segundo ele, a reabilitação do país pode abrir caminho para uma nova fase de alianças no Oriente Médio. O novo governo sírio e representantes da ONU receberam a decisão com entusiasmo, classificando a medida como essencial para o início de uma reconstrução nacional.
Reconhecimento de Israel entra na mesa de negociações
Além de suspender as sanções, Trump pressionou o novo líder sírio a reconhecer Israel e aderir aos Acordos de Abraão. Em Riad, ele exigiu a expulsão de grupos terroristas palestinos como condição para normalizar relações.
A proposta gerou polêmica, especialmente entre setores que desconfiam da rápida reabilitação internacional da Síria sob o comando de um ex-militante jihadista. Ainda assim, aliados estratégicos como Arábia Saudita e Turquia expressaram apoio à manobra, que visa conter o avanço da influência iraniana na região.
Trump Tower em Damasco levanta suspeitas de interesse comercial
Durante as negociações, surgiu a possibilidade da construção de uma Trump Tower em Damasco, o que alimentou críticas sobre possíveis conflitos de interesse entre negócios privados e decisões diplomáticas. A menção ao empreendimento foi recebida com reservas por opositores do ex-presidente americano, que apontam risco de uso político da diplomacia para fins pessoais.
A movimentação de Trump marca mais um capítulo controverso da sua atuação internacional, unindo estratégia geopolítica com interesses de alto impacto econômico e comercial.
Perguntas e respostas
Ahmed al-Sharaa, ex-comandante da Al-Qaeda que hoje lidera um governo de transição.
Ele afirmou que as sanções já surtiram efeito e que a Síria precisa de apoio para se reconstruir.
O reconhecimento de Israel, a adesão aos Acordos de Abraão e o fim da presença de grupos terroristas palestinos no país.