No último domingo (9), o The Wall Street Journal publicou uma coluna de opinião que responsabiliza o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes pelo aumento das restrições à liberdade de expressão no Brasil. A colunista Mary Anastasia O’Grady argumentou que a recente decisão de Moraes, ao bloquear a rede social X, teve como objetivo “silenciar aqueles que questionam a versão oficial do Estado”.
De acordo com O’Grady, o STF, sob a liderança de Moraes, tem se envolvido cada vez mais na política brasileira. Ela destaca que, desde 2020, essa interferência tem se intensificado, o que levanta preocupações sobre o impacto na liberdade de expressão. Além disso, a jornalista observa que essa atuação do tribunal ameaça diretamente os direitos fundamentais, uma vez que busca controlar o debate público.
Operação Lava Jato e a anulação de processos
A colunista destacou que a anulação de processos da Lava Jato libertou políticos condenados, como Luiz Inácio Lula da Silva. Essa decisão, segundo a colunista, enfraqueceu a credibilidade da investigação e permitiu o retorno desses políticos ao cenário eleitoral, incluindo a candidatura de Lula. Além disso, ela afirmou que essas ações ajudaram a deslegitimar a Lava Jato perante a opinião pública.
O’Grady afirmou que Moraes busca limitar a liberdade de expressão e se coloca “acima do povo e de críticas”. Ela citou como exemplo as censuras aplicadas durante as eleições de 2021, quando o TSE, liderado por Moraes, restringiu conteúdos nas redes sociais. Essas ações, segundo a colunista, intensificam o controle do STF sobre a comunicação pública.
Riscos para a democracia: alerta de O’Grady
Por fim, O’Grady alerta que o Brasil está se aproximando de um “fundo do poço” em relação à liberdade de expressão e ao respeito ao devido processo legal. Ela argumenta que a atuação do STF compromete seriamente a confiança pública nas instituições do país. Como resultado, a comunidade internacional começa a acompanhar com crescente preocupação o futuro da democracia brasileira.