Em uma decisão que impacta milhões de trabalhadores e empresas, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de todos os processos judiciais que discutem a legalidade da pejotização. A medida, anunciada nesta segunda-feira (14), cria um vácuo jurídico temporário enquanto o STF prepara um entendimento definitivo sobre o tema.
O que está em disputa nos tribunais
O cerne da controvérsia gira em torno de três questões fundamentais:
- A validade de contratos que transformam relações de emprego em prestação de serviços
- A competência da Justiça do Trabalho para julgar esses casos
- A distribuição do ônus da prova entre trabalhadores e contratantes
Segundo dados recentes, mais de 13 milhões de brasileiros atuam como pessoas jurídicas, muitos em setores como tecnologia, entregas e saúde.

Impacto imediato no mercado de trabalho
A decisão provoca efeitos imediatos:
- Congelamento de processos trabalhistas em todo o país
- Incerteza para empresas que utilizam esse modelo de contratação
- Dúvidas para trabalhadores sobre seus direitos
Grandes plataformas de entrega e startups de tecnologia estão entre as mais afetadas, já que frequentemente adotam o modelo PJ.
Os prós e contras da pejotização
Argumentos a favor:
- Flexibilidade para trabalhadores autônomos
- Redução de custos para empresas
- Adaptação a novos modelos de trabalho
Críticas principais:
- Possível fraude trabalhista
- Perda de direitos garantidos pela CLT
- Insegurança jurídica para ambas as partes
Perguntas e respostas sobre a decisão
1. Quanto tempo deve durar a suspensão?
Não há prazo definido, mas especialistas estimam que o STF possa levar meses para julgar o mérito.
2. Trabalhadores PJ perdem direitos com essa decisão?
Não diretamente, mas ficam sem solução para processos já abertos até o julgamento final.
3. Empresas podem continuar contratando como PJ?
Sim, mas com o risco de futuras condenações caso o STF decida pela ilegalidade do modelo.
A decisão do ministro Gilmar Mendes reflete a complexidade de adaptar a legislação trabalhista aos novos tempos. Enquanto o STF não se pronuncia definitivamente, trabalhadores e empresas navegam em um mar de incertezas jurídicas que pode definir o futuro das relações de trabalho no país.