A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (22) a análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra integrantes do chamado “núcleo 2” da suposta tentativa de golpe de Estado durante o período pós-eleitoral de 2022. Entre os alvos da denúncia está o coronel da reserva do Exército Marcelo Costa Câmara, que atuou como assessor direto do ex-presidente Jair Bolsonaro.
STF julga coronel Marcelo Câmara por suposta participação em tentativa de golpe de Estado; Veja vídeo pic.twitter.com/CIEcG2m03L
— O Matogrossense (@o_matogrossense) April 22, 2025
A sessão marca uma etapa decisiva no desdobramento jurídico de um dos episódios mais controversos da política recente, com implicações profundas sobre a responsabilização de civis e militares ligados ao antigo governo.
Coronel ligado ao gabinete de Bolsonaro é acusado de atuar em articulação golpista
Segundo a PGR, Marcelo Câmara teria participado de reuniões e estratégias voltadas à construção de um ambiente institucional que permitisse reverter o resultado das urnas e manter Bolsonaro no poder de forma ilegítima. A denúncia afirma que os envolvidos atuaram em conjunto com outros núcleos — político, jurídico e militar — para planejar ações que violariam o Estado Democrático de Direito.
A PGR incluiu Câmara no processo junto com nomes como Silvinei Vasques (ex-diretor da PRF), Marília Alencar (ex-funcionária do Ministério da Justiça) e Filipe Martins (ex-assessor internacional da Presidência). Todos são apontados como peças-chave na engrenagem do que a acusação considera uma tentativa coordenada de subverter a ordem democrática.
Advogado Eduardo Kuntz defende inocência de Câmara e critica denúncia
Na sustentação oral, o advogado Eduardo Kuntz, que representa Marcelo Câmara, rejeitou todas as acusações. Ele afirmou que a denúncia não apresenta provas concretas de que o coronel tenha praticado qualquer ato de desestabilização institucional. Kuntz também ressaltou a trajetória militar e o histórico funcional de seu cliente como exemplo de conduta leal às instituições republicanas.
A defesa de Câmara apontou viés político e pediu ao STF que rejeite a denúncia por falta de provas e justa causa.
STF deve decidir se transformará investigados em réus
O julgamento deverá se estender até a quarta-feira (24), com cada ministro apresentando seu voto individualmente. Caso a maioria aceite a denúncia, os acusados arão à condição de réus e responderão a um processo penal perante o próprio STF. A decisão pode abrir precedentes para julgamentos futuros sobre a participação de militares em ações políticas que violem a Constituição.
Perguntas e Respostas
O que está em julgamento no STF?
O Supremo analisa se aceita a denúncia da PGR contra militares e ex-assessores ligados ao ex-presidente Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Quem é Marcelo Costa Câmara?
É um coronel da reserva do Exército e ex-assessor de Bolsonaro, acusado de participar de articulações golpistas.
O que diz a defesa?
O advogado Eduardo Kuntz afirmou que não há provas concretas e que Câmara sempre atuou dentro da legalidade.