Uma declaração do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-SC), durante a inauguração de uma Subestação no Vale do Itajaí, nesta quarta-feira (15), gerou ampla repercussão e acusações de rac1smo. Mello afirmou que uma região conhecida por suas influências europeias “se destaca pela cor das pessoas”, além de elogiar sua beleza turística.
“Se destaca pela cor da pele das pessoas”, diz Governador sobre município e gera polêmica nacional
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) January 16, 2025
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“Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas, pela cor da pele das pessoas, pela mistura, pelo que representa para todos nós”, disse o governador.
A declaração motivou críticas, principalmente de lideranças políticas como o vereador de Florianópolis, Leonel Camasão (PSOL). O parlamentar anunciou que estuda medidas legais contra o governador. “Acabo de acionar minha equipe jurídica para avaliarmos que medidas podemos tomar para que Jorginho seja responsabilizado por sua fala racista”, afirmou.
Contexto histórico e perfil da região
Conhecida por suas influências culturais europeias, a região atrai visitantes com seu rico legado cultural, gastronomia e eventos tradicionais. Contudo, a declaração do governador trouxe à tona o debate sobre a diversidade racial no local. Segundo o Censo de 2022, dos 34.289 habitantes, 27.562 são brancos, enquanto pretos e pardos representam menos de 20% da população.
A fala de Mello contrasta com esforços nacionais para promover a igualdade racial, sendo vista como um retrocesso por muitos ativistas. O histórico de colonização europeia é um ponto de orgulho local, mas também reflete uma dinâmica de exclusão histórica de outras etnias.
Repercussão e possíveis consequências legais
As palavras do governador geraram debates acalorados nas redes sociais e nos meios de comunicação. Críticos argumentam que a exaltação da “cor das pessoas” reforça estereótipos raciais, enquanto apoiadores destacam a importância de celebrar a cultura local. Caso uma representação criminal seja feita, Jorginho Mello poderá enfrentar investigações por crime de racismo, segundo o artigo 20 da Lei 7.716/89.
Porque a exaltação “da cor da pele das pessoas” na região foi considerada rac1sta por muitos críticos.
Cerca de 80% da população é composta por pessoas brancas, segundo o Censo de 2022.
Ele pode ser investigado e processado por racismo, conforme previsto na legislação brasileira.