Revista ou racismo? O caso das deputadas negras revistadas ‘aleatoriamente’ em Cumbica

Três deputadas estaduais negras que representaram o Brasil em um internacional no México foram alvo de uma revista discriminatória no Aeroporto de Guarulhos nesta sexta-feira (11). Ediane Maria (PSOL-SP), Leninha (PT-MG) e Andreia de Jesus (PT-MG) relataram ter sido as únicas ageiras retiradas da fila de desembarque para uma revista sem justificativa. O caso reacende o debate sobre racismo institucional nos controles aeroportuários.

O padrão das “revistas aleatórias”

Os agentes da Polícia Federal selecionaram apenas elas três — mulheres negras — para a revista entre todos os ageiros, como destacaram as parlamentares. ‘De aleatória não tinha nada’, afirmou Ediane Maria. Dados da PF mostram que, em 2023, as autoridades aplicaram 72% das revistas ‘aleatórias’ em aeroportos brasileiros em pessoas negras. O caso das deputadas parece seguir um padrão que ativistas já denunciam há anos.

O impacto político do constrangimento

Leninha, vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e suas colegas registraram um boletim de ocorrência por racismo e acionaram a Ouvidoria da PF. O incidente ocorre semanas após a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciar medidas para coibir abordagens discriminatórias. Será que o caso das deputadas acelerará mudanças concretas?

O Brasil no exterior vs. a realidade interna

Um no México reconheceu deputadas que representaram o Brasil como modelo de diversidade, mas, ao desembarcarem no aeroporto de Guarulhos, sofreram discriminação. ‘É irônico sermos reconhecidas lá fora e tratadas com desconfiança aqui’, disse Andreia de Jesus, expondo o abismo entre a imagem internacional do país e o racismo cotidiano que a população negra ainda enfrenta.

Perguntas que ficam no ar

1. A PF já se manifestou sobre o caso?
Até o momento, a corporação apenas confirmou a ocorrência da revista, mas não comentou as acusações de racismo.

2. Existem protocolos contra discriminação em aeroportos?
Sim, mas ativistas afirmam que as normas não são fiscalizadas adequadamente.

3. O que muda com o BO das deputadas?
Além de pressionar a PF, o registro pode servir de base para ações judiciais e políticas sobre o tema.

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