A reprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva no mercado financeiro atingiu 90%, segundo pesquisa realizada pela plataforma de investimentos Genial em parceria com a empresa de inteligência Quaest. O levantamento, conduzido entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, ocorreu após o anúncio do pacote de corte de gastos feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esse aumento significativo na insatisfação do mercado chama a atenção, especialmente considerando que, em março deste ano, a reprovação era de 64%. Esse dado indica uma mudança drástica na percepção dos economistas e investidores sobre a gestão do governo petista.
Arcabouço fiscal proposto não ganha confiança do mercado
O novo arcabouço fiscal, que substitui o teto de gastos, não conquistou a confiança de economistas e gestores financeiros. A pesquisa revelou que 100% dos entrevistados consideraram a nova regra fiscal pouco confiável. Além disso, 58% dos participantes avaliaram negativamente o pacote de corte de gastos, considerando-o “nada satisfatório”. Embora o governo tenha proposto algumas medidas, como a restrição do abono salarial e a reforma da Previdência dos militares, essas ações não foram suficientes para restaurar a confiança do mercado financeiro.
Ampliação do Imposto de Renda gera rejeição
A ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 gerou forte rejeição no mercado financeiro. Para 85% dos entrevistados, a medida agrava a situação fiscal do país. No entanto, outras iniciativas, como o fim da “morte fictícia” dos militares e a eliminação das pensões militares, foram vistas de maneira mais positiva, pois podem reduzir as despesas públicas e melhorar a situação fiscal do Brasil.
Embora o governo apresente o novo arcabouço fiscal como uma tentativa de equilíbrio fiscal, a maioria dos entrevistados acredita que a sustentabilidade das regras fiscais só será possível em 2025 ou 2026. O crescimento das despesas, segundo a pesquisa, deve ficar entre 0,6% e 2,5% ao ano. Dessa forma, os participantes veem as medidas como válidas, mas acreditam que sua eficácia só será visível a médio e longo prazo, não oferecendo uma solução imediata para os desafios fiscais atuais.
Avaliação do Ministro Haddad cai para 41%
A avaliação do ministro Fernando Haddad também sofreu uma queda significativa. Em março de 2023, 50% dos entrevistados consideraram seu trabalho positivo. Contudo, esse número caiu para 41% em dezembro. Simultaneamente, a avaliação negativa aumentou de 12% para 24%, refletindo o crescente descontentamento com as políticas fiscais do governo.
Desafio para recuperar a confiança do mercado
As propostas fiscais do governo Lula enfrentam forte resistência no mercado financeiro. Embora algumas medidas, como a reforma das pensões militares, sejam vistas com mais otimismo, a ampliação da isenção do Imposto de Renda e a falta de credibilidade no novo arcabouço fiscal geram grandes preocupações. Para garantir a estabilidade econômica, o governo precisará recuperar a confiança do mercado, implementando reformas que tragam resultados concretos a médio e longo prazo.