Na tarde desta quinta-feira (22), uma cena recorrente reacendeu a indignação dos moradores de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Um motorista registrou, por meio de vídeo, um extenso incêndio em um terreno baldio às margens da Avenida Mário Andreazza. As imagens mostram uma fileira de chamas altas e densa fumaça cobrindo parte da via, dificultando a visibilidade e colocando em risco a saúde e segurança de quem trafega por ali.
No vídeo, o motorista desabafou: “Nem acabou a chuva direito e já começaram a tacar fogo”. A cena gerou indignação imediata. Vários moradores da região relataram que enfrentam esse problema todos os anos, sempre no mesmo período. Até o momento, as autoridades não identificaram os responsáveis pelo incêndio.
Queimadas se repetem todos os anos sem controle efetivo
Moradores confirmaram que as queimadas em terrenos vazios da região viraram rotina. Entre maio e setembro, quando o tempo seca, os focos de fogo aumentam drasticamente. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelou que Mato Grosso registrou mais de 11 mil focos de calor em 2024. A região metropolitana de Cuiabá concentrou boa parte desses registros.
Em Várzea Grande, pessoas ateiam fogo em terrenos tomados por mato, lixo e entulho. Muitas vezes, moradores ou donos dos imóveis iniciam os incêndios de forma criminosa, alegando “limpeza”. No entanto, a prática polui o ar, provoca doenças respiratórias e ameaça casas vizinhas.
Fumaça agrava saúde e aumenta internações
As queimadas elevam o número de atendimentos por doenças respiratórias. A Secretaria de Saúde de Várzea Grande confirmou que as unidades básicas de saúde registraram um aumento de 23% em atendimentos por asma, bronquite e crises alérgicas durante os meses de seca.
Crianças, idosos e pessoas com problemas crônicos sofrem mais. Médicos alertam que a exposição constante à fumaça agrava o quadro clínico desses pacientes.
Perguntas frequentes
Para “limpar” mato e lixo de forma rápida, apesar de ser ilegal e perigoso.
Sim. A lei ambiental proíbe e prevê multa e prisão.
Sim. Ela agrava doenças respiratórias e afeta a qualidade do ar.