Na última sexta-feira (11/10), uma rajada de vento de 107 km/hatingiu a zona sul de São Paulo, estabelecendo um novo recorde histórico de velocidade de vento, de acordo com a Defesa Civil. Esse valor superou o recorde anterior de 103,7 km/h, registrado em novembro de 2023. Desde 1995, quando a série histórica de dados começou, a cidade não presenciava um evento desse porte. Esse episódio, portanto, marcou um dos momentos mais críticos para a capital e sua região metropolitana, causando uma série de transtornos e prejuízos significativos.
Danos causados e interrupções no fornecimento de energia
Em meio ao caos provocado pelos ventos, a cobertura de um shopping foi arrancada e arremessada sobre um carro no estacionamento, destacando a intensidade da tempestade. Além disso, árvores caíram em vários pontos da cidade, o que agravou ainda mais os danos. Como consequência, a rede elétrica sofreu com apagões que deixaram bairros como Vila Andrade e Guarapiranga sem energia por mais de 13 horas. Em resposta, a Enel, concessionária de energia, afirmou que suas equipes continuam trabalhando para restabelecer o fornecimento de eletricidade. No entanto, até o momento, não há uma previsão concreta para a normalização total do serviço.
Interferências no aeroporto de Congonhas
A tempestade também causou grandes impactos no Aeroporto de Congonhas, onde as operações de pouso e decolagem foram temporariamente suspensas. A concessionária Aena confirmou que, durante o pico da tempestade, seis pousos foram desviados para outros aeroportos e duas decolagens foram canceladas. No Aeroporto Campo de Marte, por outro lado, os ventos chegaram a 88,9 km/h, exigindo ajustes e alterações nas operações aéreas, o que evidenciou ainda mais os efeitos do fenômeno climático extremo.
Trânsito e problemas de mobilidade
Além dos danos materiais, a tempestade comprometeu a mobilidade urbana. Por exemplo, os semáforos da Avenida Giovanni Gronchi, uma das principais vias da zona sul, pararam de funcionar, colocando pedestres em situações de risco ao atravessar as ruas. Sem a presença de agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os pedestres tiveram que contar com a colaboração dos motoristas para garantir uma travessia segura. Esse cenário expôs as vulnerabilidades da infraestrutura urbana em situações de emergências climáticas.
Consequências fatais e danos materiais
Além dos estragos materiais, a tempestade trouxe perdas humanas. Quatro pessoas perderam a vida em decorrência das fortes chuvas e ventos que atingiram o estado de São Paulo. Assim, a queda de árvores e muros, especialmente em áreas como Campo Limpo, na capital, e Bauru, no interior do estado, foi a principal causa dos incidentes fatais. O Corpo de Bombeiros também relatou um aumento significativo nas chamadas relacionadas à queda de árvores e ao bloqueio de vias.