A Conmebol realizou, nesta quinta-feira (27/3), uma reunião em sua sede, em Luque, no Paraguai. O objetivo foi discutir os casos recorrentes de racismo no futebol sul-americano. O encontro contou com a presença de grandes nomes do esporte, como Ronaldo, Carlos Tevez, Diego Lugano, Léo Moura, Claudio Caniggia e Oscar Ruggeri.
Além dos ex-atletas, participaram representantes dos 10 países que integram a confederação. Autoridades de governos, membros das federações locais e dirigentes também estiveram presentes. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não viajou. Ele alegou compromissos no Brasil e participou por videoconferência.
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Ataques a jogador do Palmeiras motivaram a convocação
O encontro foi convocado após um episódio de racismo envolvendo Luighi, atacante do Palmeiras, na Libertadores Sub-20. O caso aconteceu no início de março, em Assunção. Um torcedor do Cerro Porteño ofendeu o jogador, que chorou ao comentar o episódio em entrevista.
A Conmebol aplicou uma multa de US$ 50 mil ao Cerro Porteño. Além disso, determinou que o restante dos jogos fosse disputado com portões fechados. A punição gerou revolta no Brasil.
O Palmeiras criticou a decisão com veemência:
– A Sociedade Esportiva Palmeiras discorda com veemência das punições extremamente brandas aplicadas pela Conmebol ao Cerro Porteño em razão dos ataques racistas sofridos por nossos atletas em jogo disputado pela Libertadores Sub-20, na quinta-feira (6), em Assunção, no Paraguai – afirmou o clube em nota.
Leila Pereira e o presidente da CBF ausentes após críticas
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, classificou a pena como “ridícula” e ameaçou boicote às competições da Conmebol. Por esse motivo, ela não compareceu ao sorteio dos grupos da Libertadores, realizado na sede da entidade.
Durante o sorteio, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, reconheceu que as sanções eram “insuficientes”. Ele anunciou a reunião desta quinta como resposta. No entanto, ao ser questionado por um repórter sobre a ausência dos clubes brasileiros na competição, Domínguez reagiu com ironia:
– Seria como o Tarzan sem a Chita – disse o dirigente, em referência à personagem da série.
A fala gerou reações imediatas. Clubes brasileiros, a CBF e o Governo Federal repudiaram a declaração. Em nota conjunta, os Ministérios do Esporte, da Igualdade Racial e das Relações Exteriores afirmaram:
– As declarações ocorrem em contexto em que as autoridades da Conmebol têm reiteradamente falhado em adotar providências efetivas para prevenir e evitar a repetição de atos de racismo em partidas por ela organizadas, incluindo medidas para combater a impunidade e promover a responsabilização dos responsáveis.
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Perguntas frequentes
As ofensas racistas sofridas por Luighi, do Palmeiras, durante jogo da Libertadores Sub-20 contra o Cerro Porteño.
Ex-jogadores como Ronaldo, Tevez, Lugano, Caniggia e Ruggeri, além de autoridades dos 10 países da Conmebol.
– Seria como o Tarzan sem a Chita – respondeu Alejandro Domínguez sobre uma possível ausência de clubes brasileiros na Libertadores.