O lançamento da 57ª Expoagro em Mato Grosso virou palco de uma polêmica sem filtros. O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PL), disparou críticas ao ministro da Agricultura Carlos Fávaro e ao PT, afirmando que o partido está “em extinção”. Os comentários acenderam o debate sobre a força petista no estado que é o celeiro do agronegócio brasileiro. Mas será que os números confirmam essa tese?
O ataque ao ministro e a reação do agro
Em tom provocativo, Pinheiro declarou: “Achar que ser ministro da Agricultura de um governo petista é alguma coisa, para nós bosta é a mesma coisa”. A fala foi recebida com aplausos por parte do público, mas expõe uma divisão no setor. Enquanto o governo Lula tenta equilibrar a relação com ruralistas, lideranças locais rejeitam qualquer aproximação. O ministro Fávaro, ele mesmo um produtor rural de MT, agora enfrenta o desafio de representar um governo rejeitado por sua própria base.
PT em queda livre ou resistência silenciosa
O prefeito citou números para sustentar sua tese: apenas dois deputados estaduais petistas na ALMT e nenhum vereador em Cuiabá. Dados do TSE mostram que o PT realmente perdeu espaço no estado, mas mantém influência em municípios do interior através de alianças. Especialistas apontam que o partido adotou estratégia de sobrevivência, apoiando candidaturas não filiadas em regiões hostis.
A batalha pelo discurso: MST vs agronegócio
Pinheiro também atacou o Movimento dos Sem Terra, afirmando que a merenda escolar vem do agro, não dos assentamentos. A declaração ignora dados da USP que mostram o MST como maior produtor de arroz orgânico da América Latina. O conflito retórico revela uma disputa maior: quem controla a narrativa sobre a produção de alimentos no país?
Perguntas que ficam no ar
1. O PT realmente está acabando em Mato Grosso?
Ainda tem representação, mas perdeu 72% de suas cadeiras na ALMT desde 2010.
2. Por que o prefeito atacou o ministro Fávaro?
Fávaro representa o dilema do agro: é do setor, mas precisa defender políticas do governo Lula.
3. O MST realmente não produz comida para escolas?
Depende da região. Em alguns municípios, até 30% da merenda vem da agricultura familiar, incluindo assentamentos.
O discurso do prefeito reflete a radicalização política no coração do agronegócio. Enquanto isso, o governo federal tenta, sem sucesso, construir pontes com quem prefere o confronto. A pergunta que fica é: essa guerra retórica ajuda ou atrapalha o maior setor da economia brasileira?