Na manhã deste domingo (17), manifestantes ocuparam a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e protestaram contra as condenações impostas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Eles exibiram cartazes com fotos e detalhes sobre as sentenças aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e criticaram diretamente o ministro Alexandre de Moraes. Ao mesmo tempo, a cúpula do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, atraía atenção internacional para a cidade, o que ampliou a repercussão do protesto.
Protestos em Copacabana criticam condenações dos atos de 8 de janeiro durante o G20 pic.twitter.com/QVSl1YEpjZ
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) November 18, 2024
Cúpula do G20 amplia visibilidade dos protestos
Com líderes das maiores economias do mundo, além da União Europeia e, pela primeira vez, da União Africana, reunidos no G20, o Brasil se tornou o centro das atenções globais. Assim, os manifestantes aproveitaram a oportunidade para dar maior alcance às suas reivindicações.
Além disso, a escolha de Copacabana, um dos pontos turísticos mais movimentados do Rio de Janeiro, foi estratégica para chamar a atenção tanto do público local quanto dos visitantes estrangeiros. Dessa forma, a manifestação ganhou destaque em um momento de visibilidade internacional.
STF já condenou 265 pessoas pelos atos de 8 de janeiro
Desde os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o STF já condenou 265 pessoas. Dentre essas, 223 receberam penas por crimes graves, como depredação de patrimônio público, enquanto outras 42 foram sentenciadas por incitação ao golpe. Além disso, 476 acusados firmaram acordos com a Procuradoria-Geral da República (PGR), aceitando medidas alternativas, como multas e cursos sobre democracia.
Entretanto, os réus que recusaram os acordos enfrentaram penas mais severas. Entre as medidas aplicadas, destacam-se detenção, convertida em serviços comunitários, restrições de direitos, como retenção de aportes, e multas que podem chegar a até 10 salários mínimos. Coletivamente, os condenados também devem pagar uma indenização de R$ 5 milhões pelos prejuízos causados.
Nomes destacados intensificam debate público
Durante o protesto, manifestantes citaram figuras envolvidas nos processos judiciais. Entre os nomes mencionados estavam a influenciadora Karol Eller, que se suicidou em 2023; o jornalista Rodrigo Constantino, que teve contas bloqueadas e aporte apreendido; e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Com isso, os manifestantes destacaram sua insatisfação com as decisões do STF e as medidas aplicadas.
Protestos refletem tensões políticas durante o G20
Enquanto os líderes mundiais discutem questões globais no G20, os protestos em Copacabana evidenciam as tensões internas que persistem no Brasil. Assim, o país se encontra em um momento em que as decisões judiciais, a liberdade de expressão e o debate sobre democracia ganham espaço tanto no cenário nacional quanto no internacional.