A pororoca surpreende pela intensidade. Sempre que a lua entra em suas fases cheia ou nova, a maré atlântica avança com força sobre a foz do Rio Amazonas e seus afluentes. Como resultado, o mar empurra a água doce rio acima, formando uma onda que pode alcançar 6 metros de altura e percorrer mais de 60 quilômetros. Antes mesmo da onda surgir, moradores ouvem um estrondo profundo, semelhante ao som de trovões. Portanto, não se trata apenas de um fenômeno visual — é também sonoro e sensorial.
Quando o rio vira mar, o surfe entra em cena
Enquanto para alguns a pororoca causa medo, para outros ela representa uma oportunidade. Especialmente para os surfistas, o fenômeno oferece uma chance única: surfar uma onda contínua, em água doce, no coração da floresta. Em São Domingos do Capim, no Pará, ocorre anualmente o Campeonato Internacional de Surfe na Pororoca. Nessa competição, atletas enfrentam desafios incomuns, como troncos, galhos e até animais que cruzam o caminho. Ou seja, além de habilidade, a prova exige coragem e preparo físico.
Por trás do espetáculo, a ciência observa
Além do turismo e do esporte, a pororoca também chama a atenção de pesquisadores. Cientistas estudam como essa onda de encontro entre mar e rio impacta o ambiente. Entre os efeitos identificados, destacam-se a erosão das margens, a movimentação de nutrientes e a influência sobre a fauna aquática. Com isso, as comunidades ribeirinhas percebem alterações na pesca e na vegetação ao longo do ano. Ou seja, a pororoca não é apenas um espetáculo: ela é um agente de transformação ambiental.
Perguntas frequentes
Sim, mas com maior intensidade nas luas cheia e nova, devido à força gravitacional da Lua e do Sol.
Sim. Em 2003, o brasileiro Picuruta Salazar surfou por mais de 12 quilômetros em 37 minutos contínuos.
Sim. Fenômenos semelhantes acontecem em países como Indonésia e China, embora o mais famoso seja o brasileiro.