O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu, nesta segunda-feira (30), às críticas sobre a ausência da crise político-eleitoral da Venezuela em seu discurso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Quando questionado por jornalistas, Lula declarou: “Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo o lugar? Eu não falo nem da Janja em todo lugar”, referindo-se à sua esposa. Assim, ele rebateu as críticas por não mencionar o tema, apesar de ter abordado a defesa da democracia em sua fala.
Eleições venezuelanas seguem como foco de debate internacional
As eleições na Venezuela, realizadas em julho, ainda são motivo de intensa discussão. O governo de Nicolás Maduro afirma ter vencido o pleito, no entanto, a oposição, liderada por Edmundo González, contesta os resultados, alegando fraude. Além disso, organismos internacionais e diversos países questionam a transparência do processo eleitoral no país vizinho. Por isso, muitos esperavam que Lula abordasse o tema em seu discurso.
Lula adota postura cautelosa em relação à Venezuela
Apesar das expectativas, Lula defendeu sua decisão de não abordar o assunto. Ele explicou que, em questões de política externa, prefere adotar uma postura mais cautelosa. Segundo ele, é fundamental manter os canais de diálogo abertos, sem tomar atitudes que possam fechar portas. “Se eu acho que a pessoa errou e radicalizo, crio um caminho sem volta. Em política, eu sempre deixo uma porta aberta”, afirmou o presidente, justificando sua escolha.
Lula afirmou que tanto o Brasil quanto a Colômbia cobram transparência das autoridades venezuelanas. Os dois países exigem a divulgação das atas das seções de votação, um documento crucial para analisar o processo eleitoral. No entanto, as autoridades venezuelanas ainda não atenderam a essa solicitação, e não há previsão de quando farão isso. Para Lula, é necessário “criar as condições” apropriadas para que o diálogo com a Venezuela avance.
Mesmo diante dessas tensões, Lula ressaltou que as relações diplomáticas entre Brasil, Venezuela e Colômbia continuam firmes. Ele destacou que o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, mantém diálogo constante com representantes desses países. Dessa forma, Lula acredita que o fortalecimento da diplomacia é essencial para manter a via de negociação aberta e buscar soluções pacíficas para as questões regionais.