Por que denúncia de 0rgia virou caso policial no futebol feminino

Uma suposta orgia envolvendo oito jogadoras e membros da comissão técnica e da diretoria do Famalicão, clube que disputa a primeira divisão do Campeonato Português feminino de futebol, transformou-se em caso de polícia.

A denúncia foi feita por uma ex-atleta do time, cuja identidade não foi revelada, por meio de uma plataforma criada pela Federação Portuguesa de Futebol para delatar casos de abuso e assédio sexual no cenário da modalidade.

Ainda não está claro se as integrantes do elenco do Famalicão foram de alguma forma coagidas a terem relações sexuais com seus superiores (treinadores e dirigentes) ou se participaram da suposta festa por livre e espontânea vontade.

O que se sabe até o momento é que a denunciada orgia, agora investigada pela federação e pela polícia, teria acontecido durante a temporada ada, em um apartamento que é locado pelo clube.

“Ao ver várias das minhas colegas de profissão denunciarem práticas de assédio sexual de um treinador e diretor desportivo, assim como a conduta negligente dos dirigentes do FC Famalicão, que foram avisados e nada fizeram, decidi contar também por esta via o meu caso e esperar que se investigue, também, esta situação”, diz a denúncia. Desde que o caso foi revelado pelo jornal português “O Público”, há duas semanas, o assunto vem tendo bastante destaque no cenário do futebol feminino.

Foto: Reprodução

Um grupo de atletas do Famalicão afirmou, também sob condição de anonimato, ao jornal “O Jogo” que essa suposta orgia nunca existiu e que a denúncia foi resultado do sentimento de “vingança” de “certos grupinhos” que faziam parte do elenco do grupo. O Comitê Disciplina da Federação Portuguesa ainda não se pronunciou sobre o caso, o que deve acontecer apenas após o encerramento das investigações. Caso seja constatado que a festa sexual realmente aconteceu e que foi decorrente de algum crime, um inquérito será instaurado.

A denúncia de uma suposta orgia entre jogadoras, integrantes da comissão técnica e membros da diretoria do Famalicão é o terceiro escândalo de cunho sexual que o clube enfrenta nos últimos meses.

No final de setembro, o técnico Miguel Afonso foi inicialmente suspenso (e, em um segundo momento, demitido) do cargo depois de “O Público” divulgar uma troca de mensagens eróticas entre ele e atletas de 18 e 20 anos que faziam parte do elenco do Rio Ave, seu clube na temporada ada.

Na mesma época, o diretor esportivo Samuel Costa também foi afastado do cargo por conta de denúncias de assédio sexual praticado durante o período em que ele trabalhava no Vitória de Guimarães.

Foto: Reprodução

A sucessão de escândalos envolvendo está colocando em risco até mesmo a sobrevivência do time feminino. Patrocinadores têm evitado se vincular ao clube, e o presidente Jorge Silva é suspeito de já ter conhecimento dos possíveis casos de assédio no momento em que contratou o técnico e o dirigente investigados.

Por enquanto, o Famalicão continua normalmente na disputa da liga portuguesa. Após cinco rodadas disputadas, a equipe ocupa a quarta colocação e tem dez pontos, cinco a menos que os líderes Benfica e Braga. No sábado, enfrenta o Vilaverdense, fora de casa.

Via Uol

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