A China concluiu, recentemente, a etapa principal da Ponte do Vale de Huajiang, considerada a mais alta do mundo. O feito foi possível após a instalação de uma viga de aço com 215 toneladas, marcando um avanço decisivo para a abertura ao tráfego, prevista ainda para este ano.
Com cerca de 625 metros de altura e 2.890 metros de extensão, a ponte corta o Vale de Huajiang — região apelidada de “a fenda da Terra” por sua geografia acidentada. O vão central, de 1.420 metros, estabelece um novo recorde em áreas montanhosas, o que reforça o caráter inédito da construção.
Além disso, o projeto envolveu desafios técnicos extremos, como ventos fortes, instabilidade do solo e grande variação de altitude. Portanto, especialistas afirmam que a ponte representa uma das maiores proezas da engenharia contemporânea.
Investimento em infraestrutura ou mensagem política?
Segundo o Partido Comunista Chinês, a ponte faz parte de uma estratégia nacional de modernização e ampliação da infraestrutura em regiões remotas. Ainda assim, para analistas internacionais, o projeto vai além da praticidade.
Enquanto a China promove o avanço como um símbolo de progresso, críticos observam que a obra reforça a presença do Estado em áreas de difícil o, servindo também como instrumento geopolítico. Dessa forma, a construção também pode ser vista como uma resposta à crescente disputa global por protagonismo tecnológico e territorial.
Turismo em alta, mas com alertas ambientais
A expectativa do governo local é de que a ponte impulsione o turismo e a economia regional. Com vista panorâmica e paisagem única, o local promete atrair milhares de visitantes assim que for inaugurado. Empresas da região, por exemplo, já investem em infraestrutura turística, como hotéis e trilhas ecológicas.
Por outro lado, ambientalistas alertam para os possíveis impactos em áreas de preservação natural. A construção e o fluxo intenso de turistas podem comprometer o equilíbrio ecológico de um dos biomas menos explorados da China. Por isso, grupos ambientais defendem um plano de monitoramento contínuo.
Perguntas frequentes
Ambos. A construção impressiona pelo feito técnico, mas também reforça a autoridade do governo em regiões estratégicas.
A população pode se beneficiar economicamente, mas há riscos de deslocamento e mudança no modo de vida tradicional.
Em termos econômicos, sim. Porém, sem políticas ambientais claras, o turismo pode agravar desequilíbrios ecológicos.