A Polícia Militar de São Paulo decidiu, na última segunda-feira (9), afastar três policiais envolvidos em uma abordagem violenta contra uma moradora do bairro Jardim Santa Amália, em Campinas (SP). O caso, que ocorreu no dia 21 de outubro, chamou a atenção do público após a divulgação de imagens pela EPTV. As gravações exibiram momentos de tensão e provocaram indignação geral.
Policiais são af4st4d0s das ruas após vídeo mostrar dona de casa l3v4nd0 s0c0 durante abordagem. pic.twitter.com/PRbnn1giCM
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) December 10, 2024
Imagens revelam agressão contra a vítima
Primeiramente, o vídeo exibiu um policial desferindo um soco no rosto da mulher, que caiu ao chão logo em seguida. Além disso, a vítima afirmou que o agente segurava algemas no momento do golpe, o que teria potencializado o impacto. Conforme relatado pela mulher, o policial também proferiu ameaças antes da agressão. “Ele disse: ‘Fique quieta ou vou quebrar sua cara’. Quando perguntei o motivo da prisão, ele me agrediu”, afirmou a moradora, que preferiu não se identificar.
Polícia militar promete apuração rigorosa
Por outro lado, a Polícia Militar informou que já instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso. Em nota oficial, a corporação garantiu que não tolera desvios de conduta e assegurou que “qualquer excesso será penalizado conforme a lei”. Nesse sentido, os policiais envolvidos permanecem afastados enquanto a investigação está em andamento.
Vítima nega alegações dos policiais
Os policiais alegaram, no boletim de ocorrência, que a vítima resistiu à abordagem e tentou agredi-los, o que, segundo eles, justificaria a contenção. No entanto, a mulher refutou essas afirmações. Ela destacou que, após a agressão, não recebeu atendimento imediato e só foi socorrida graças à insistência de uma enfermeira. “Eles não chamaram o Samu e me levaram algemada ao pronto-socorro”, relatou.
Ameaças agravam trauma da moradora
Ademais, a vítima revelou que um dos policiais a ameaçou durante o atendimento médico, aumentando ainda mais o seu temor. “Ele disse: ‘Você pode denunciar onde quiser, porque eu sei onde você mora’”, declarou. Por isso, a mulher relatou que vive com medo e permanece profundamente abalada. “Não consigo dormir, nem comer, e ainda sinto dores constantes. Isso destruiu minha vida”, desabafou.
Caso reabre debate sobre violência policial
Diante do ocorrido, diversas organizações de direitos humanos exigem que a investigação avance de forma transparente e imparcial. Além disso, os pedidos por justiça reforçam a necessidade de uma revisão nos protocolos de abordagem da Polícia Militar, a fim de prevenir novos casos de abuso. Enquanto isso, a Corregedoria segue reunindo provas, incluindo vídeos e depoimentos, para esclarecer os detalhes da ocorrência.