A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu integrantes de uma quadrilha que articulou a fuga de dois detentos de alta periculosidade, em uma operação deflagrada nesta segunda-feira (11). Com apoio da Secretaria de Justiça (Sejus), os agentes cumpriram 35 ordens judiciais em quatro municípios: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Poconé.
A Operação Shadow atingiu diretamente um esquema que envolveu servidores públicos, entre eles dois policiais penais e o então diretor do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande. Eles libertaram os presos em julho de 2023, sob falsa justificativa de serviço extramuros.
Policiais penais usaram caminhonete oficial para executar a fuga
As investigações conduzidas pela GCCO, Draco e Polinter identificaram como os agentes facilitaram a evasão de G.R.S., o “Vovozona”, e de T.A.F.O., condenado por homicídio. Um policial penal dirigiu uma caminhonete F-250 oficial do Sistema Penitenciário para retirar os detentos da unidade. O diretor da época autorizou a saída de forma fraudulenta, segundo os autos.
A juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá, expediu 11 mandados de prisão preventiva, 12 de busca e apreensão, além de sequestros de veículos, imóveis e bloqueios de contas bancárias.
Quadrilha ofereceu apoio logístico com imóveis e veículos
A quadrilha cedeu imóveis, veículos e dinheiro para garantir o sucesso da fuga. As investigações apontaram uma articulação minuciosa, com papéis definidos para cada envolvido, incluindo agentes públicos que atuaram de dentro da penitenciária.
O delegado Rodrigo Azem Buchdid, da Draco, afirmou que os criminosos executaram um plano estratégico com e logístico robusto e colaboração de servidores do sistema prisional. “Eles organizaram a fuga com apoio direto de quem deveria manter a lei”, disse Buchdid.
Sejus investiga conduta de servidores envolvidos
A Corregedoria da Sejus acompanha o caso e anunciou que abrirá procedimentos istrativos contra os servidores investigados. A pasta garantiu que aplicará as sanções cabíveis e que reforçará os mecanismos de controle interno para coibir novas fraudes.
Perguntas frequentes
É G.R.S., líder de facção no sul de Mato Grosso e considerado de alta periculosidade.
Eles saíram com autorização para trabalho externo, mas não retornaram.
Sim. Dois policiais penais e o ex-diretor do presídio facilitaram a fuga.
