A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (28), cinco integrantes de uma organização paramilitar que executava assassinatos sob encomenda em Mato Grosso. Os agentes identificaram o grupo como “Comando C4 – Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos”. A investigação apontou que os criminosos vendiam serviços de espionagem e execuções, precificando as vítimas de acordo com seu “status político”.
A 7ª fase da Operação Sisamnes revelou que o grupo assassinou o advogado Roberto Zampieri em Cuiabá, crime que os investigadores classificaram como execução por encomenda. O documento apreendido na ação mostrou que os valores cobrados variavam de R$ 50 mil a R$ 250 mil.

Milícia política precificava a vida das vítimas
Os integrantes do Comando C4 estipularam uma tabela de alvos:
- R$ 50 mil por cidadãos comuns
- R$ 100 mil por deputados
- R$ 150 mil por senadores
- R$ 250 mil por ministros e membros do Judiciário
Os criminosos também criaram setores istrativos e de inteligência para manter a estrutura funcional. Eles operavam com logística profissional, incluindo armas de uso , veículos adaptados e táticas de infiltração.
Quadrilha mantinha arsenal de guerra e estrutura de inteligência
O material apreendido listou o armamento à disposição do grupo:
- Cinco fuzis
- Quinze pistolas com silenciadores
- Lança-rojões de ombro tipo AT-34
- Minas magnéticas e explosivos com detonação remota
- Dois fuzis com lançadores de dardos
- Munição em larga escala
A PF também encontrou veículos com compartimentos para snipers e placas frias, além de registros sobre o uso de garotas e garotos de programa como iscas. O grupo utilizava perucas, bigodes falsos e roupas específicas para disfarces em operações.
Prisão dos envolvidos escancara a engrenagem criminosa
A Polícia Federal prendeu cinco suspeitos:
- Aníbal Manoel Laurindo – identificado como mandante
- Antônio Gomes da Silva – apontado como executor
- Hedileverson Fialho Martins Barbosa – dono da arma usada e responsável pela intermediação
- Luiz Caçadini – operador logístico
- Gilberto Louzada da Silva – investigado por possível participação direta
Os agentes confirmaram que o grupo articulava ações com planejamento detalhado e estrutura militarizada, o que levanta suspeitas de ramificações nacionais.
Perguntas frequentes
É uma organização criminosa que vendia espionagem e assassinatos por encomenda com base no cargo político da vítima.
Os valores variavam de R$ 50 mil (cidadãos comuns) até R$ 250 mil (ministros e juízes).
Segundo a PF, o mandante foi o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo.