Um carro de som circulou pelo bairro Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte, anunciando algo inusitado — e criminoso. Por apenas R$ 50, qualquer pessoa poderia comprar um atestado médico de três dias. A propaganda explícita, feita por alto-falantes, chamou atenção de moradores e foi registrada pelo empresário Felipe Rodrigo Oliveira. Ao publicar o vídeo nas redes sociais, Felipe não imaginava a proporção que o caso ganharia: o conteúdo ultraou 86 mil visualizações em poucas horas.
Após a repercussão, autoridades reagem com rapidez
Diante da ampla circulação do vídeo, a Polícia Civil de Minas Gerais iniciou uma investigação imediata. A 4ª Delegacia de Polícia Civil Leste assumiu o caso e, segundo nota oficial, apura os fatos com rigor. Além disso, a corporação busca identificar os responsáveis pela oferta ilegal. A prática de vender documentos médicos sem critério configura falsidade documental e, portanto, pode gerar penas de até cinco anos de prisão.
Contudo, o problema vai além do caso isolado
Embora o episódio tenha surpreendido pelo descaramento, não se trata de uma ocorrência inédita. Outras capitais brasileiras também registraram casos semelhantes, principalmente em regiões onde o Estado atua com menos presença. O Conselho Federal de Medicina denunciou mais de mil médicos por fraudes em documentos nos últimos dez anos. Assim, a informalidade, aliada à falta de fiscalização, favorece esse tipo de mercado paralelo.
Consequências atingem todos os envolvidos, direta ou indiretamente
Vale destacar que quem compra o atestado também comete crime. Além de poder ser demitido por justa causa, o trabalhador responde por falsidade ideológica. Já o profissional da saúde que colabora com esse tipo de esquema pode perder o registro e enfrentar processo criminal. Como resultado, a confiança no sistema de saúde e nas relações de trabalho enfraquece, prejudicando não apenas instituições, mas a sociedade como um todo.
Perguntas frequentes
A busca por folgas sem justificativa legítima e a impunidade incentivam a prática.
Fiscalização digital, cruzamento de dados e denúncias anônimas são caminhos eficazes.
A carência de estrutura e controle facilita a ação de falsificadores.