PM toma decisão contra agente que matou jovem negro pelas costas. Veja vídeo:

A Polícia Militar de São Paulo afastou o agente Vinicius de Lima Britto após ele executar Gabriel Renan da Silva Soares com 11 tiros pelas costas. O incidente aconteceu no dia 3 de novembro, em frente a um mercado na Zona Sul da capital paulista. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o afastamento, enquanto o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua investigando o caso.

Imagens de segurança revelam os detalhes

Inicialmente, as imagens de câmeras de segurança mostram Gabriel, vestido com um moletom com capuz, entrando no mercado às 22h44. Ele se dirige à seção de limpeza, pega alguns produtos e tenta sair do estabelecimento. No entanto, ao chegar à porta, ele escorrega e cai no estacionamento.

Nesse momento, o policial Vinicius, que estava no caixa, percebe a situação. Em seguida, ele saca a arma e dispara diversas vezes contra Gabriel, atingindo-o pelas costas enquanto o jovem ainda tenta fugir. As imagens deixam claro que Gabriel, já baleado, cai ao chão sem esboçar qualquer reação que pudesse justificar os tiros.

Versão do policial contradiz evidências

Segundo o depoimento de Vinicius, ele atirou porque acreditava que Gabriel estava armado. O policial afirmou que viu o jovem com a mão no bolso do moletom e que agiu em legítima defesa. Entretanto, as imagens não mostram Gabriel apontando ou exibindo qualquer arma, o que coloca em dúvida a versão apresentada pelo agente.

Histórico do policial levanta questionamentos

Além do incidente, o histórico do policial também gerou polêmica. Em 2021, Vinicius foi reprovado em um exame psicológico quando tentou ingressar na Polícia Militar. O laudo indicou problemas de sociabilidade e descontrole emocional. Mesmo assim, ele foi aceito na corporação em um segundo momento, levantando críticas sobre a eficácia do processo seletivo da PM.

Investigação e repercussão

Por enquanto, o DHPP analisa as imagens e outros elementos anexados ao inquérito para esclarecer o caso. Enquanto isso, a SSP garantiu que o afastamento do policial é apenas uma medida inicial e que outras ações podem ser tomadas dependendo dos resultados da investigação.

Este caso trouxe novamente à tona discussões importantes sobre racismo estrutural, violência policial e a necessidade de aprimorar a formação e supervisão dos agentes de segurança pública. Por fim, a sociedade aguarda respostas concretas e justiça para mais uma vida interrompida precocemente.

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