PL descarta punição formal contra deputado que não assinou anistia

PL descarta punição formal contra deputado que não assinou anistia

Apesar da mobilização do PL para unificar sua base em torno da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) decidiu não o requerimento de urgência. Enquanto os demais parlamentares seguiram a orientação do partido, Rodrigues adotou postura independente. Ele justificou a decisão afirmando que não age por “pressões do Legislativo”. Com isso, o deputado expôs uma divisão interna que, embora silenciosa, pode se ampliar nos bastidores do Congresso.

Além disso, o gesto contraria a tentativa da legenda de usar o projeto como instrumento político para reabilitar juridicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível. Embora líderes do partido descartem punições formais, nos bastidores reconhecem que o episódio gera constrangimento e prejudica a imagem de coesão.

Malafaia dispara críticas e recebe resposta direta

Diante da resistência, o pastor Silas Malafaia, uma das vozes mais ativas do bolsonarismo, reagiu publicamente. Ele pediu a expulsão de Rodrigues, acusando-o de proximidade com o ministro Alexandre de Moraes. Malafaia afirmou que o parlamentar reproduz a narrativa do PT, por ter sido ministro de Dilma Rousseff. No entanto, o deputado respondeu com firmeza. Disse que o pastor deveria se candidatar para “defender suas ideias nas urnas”, sugerindo que a política deve se manter nos limites institucionais.

Além disso, Rodrigues ironizou a influência de Malafaia, afirmando que ele sequer conseguiu eleger seu próprio vereador em São Paulo. O embate público escancarou uma disputa entre alas do conservadorismo: de um lado, o ativismo religioso; de outro, a política tradicional.

PL evita retaliação e tenta preservar a imagem de unidade

Enquanto isso, a cúpula do PL optou por não transformar o caso em crise oficial. Internamente, dirigentes reconhecem que pressionar Rodrigues poderia intensificar tensões e criar precedentes perigosos. A aposta da legenda é que, caso o projeto vá a votação, o deputado acabe votando com a maioria. No entanto, o episódio reacende questionamentos sobre os limites da fidelidade partidária no bolsonarismo.

Por fim, vale lembrar que Rodrigues integra o PL desde antes da chegada de Bolsonaro ao partido. Esse histórico reforça sua autonomia e dificulta iniciativas de retaliação. Assim, a legenda caminha sobre uma corda bamba entre o desejo de disciplinar e a necessidade de manter aliados sob o mesmo teto.

Perguntas frequentes

O PL consegue conter novas rebeliões internas até 2026?

Talvez sim no curto prazo, mas rachaduras tendem a se aprofundar.

Malafaia deve assumir um papel formal na política?

Se quiser ampliar sua influência, precisará sair das redes e ir às urnas.

A direita vai rachar entre religião e pragmatismo?

Sim, e o embate pode moldar o perfil da oposição nos próximos anos.

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