PF investiga servidores e empresas suspeitas de desviar milhões do SUS em MT; veja vídeo

Operação Panaceia Desvenda Fraudes no SUS em Mato Grosso

Na sexta-feira, 6 de dezembro, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a operação Panaceia. O objetivo era desbaratar fraudes em licitações e desvios de recursos do SUS. O Hospital Regional de Cáceres, responsável por atender 23 municípios e 400 mil pessoas em Mato Grosso, foi o principal alvo. Durante a ação, as autoridades cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária e afastaram dois servidores públicos. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 5,5 milhões para recuperar parte dos recursos desviados.

As investigações indicam que o esquema criminoso teve início durante a pandemia de COVID-19. Servidores públicos se associaram a empresários privados para desviar recursos do SUS. Juntos, eles direcionaram grandes quantias para empresas interligadas, prejudicando a participação de outras companhias em licitações. O grupo montou processos licitatórios fraudulentos, que, embora parecessem legítimos, foram manipulados para beneficiar os envolvidos. Até agosto de 2024, o desvio de recursos atingiu cerca de R$ 55 milhões, sendo que a maior parte ocorreu no período da pandemia.

A ação decisiva da CGU

A Controladoria-Geral da União (CGU) desempenhou um papel fundamental nas investigações. Por meio de auditorias detalhadas, a CGU identificou irregularidades nas contratações do Hospital Regional de Cáceres. A Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) emitiu um parecer alertando sobre as ilegalidades, mas os contratos foram mantidos. Como resultado, desviaram-se os recursos públicos de forma sistemática.A auditoria da CGU, juntamente com as investigações da PF, confirmaram o envolvimento de servidores públicos e empresários no esquema.

Justiça bloqueou R$ 5,5 milhões para recuperar parte dos valores desviados. Além disso, as autoridades afastaram dois servidores públicos de suas funções e cumpriram um mandado de prisão temporária. As medidas buscam interromper a continuidade do esquema criminoso e garantir que os envolvidos não se beneficiem de novos recursos fraudulentos.

Impacto da fraude no atendimento de saúde

O desvio de recursos afetou diretamente a qualidade do atendimento prestado pelo Hospital Regional de Cáceres. O hospital deveria ser uma referência para a população, mas as fraudes comprometeram esse papel. Durante a pandemia, quando a demanda por serviços de saúde era maior, o impacto foi ainda mais grave. Além de prejudicar a saúde de milhares de pessoas, o esquema de desvio de recursos comprometeu a confiança no SUS. Esse tipo de corrupção coloca em risco a vida de muitos cidadãos que dependem do sistema público de saúde.

A Operação Panaceia revela a fragilidade no controle de recursos públicos, especialmente na saúde. A fraude, além de prejudicar os serviços, mostra como a corrupção pode enfraquecer o SUS. Por fim, a operação destaca a urgência de uma fiscalização mais rigorosa e da transparência nas contratações públicas. Esse tipo de ação não só visa recuperar os recursos desviados, mas também restaurar a confiança da população nos serviços públicos essenciais.

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