A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (29), a Operação Narco Vela, que desarticulou uma quadrilha especializada em transportar drogas da América do Sul para a Europa e África utilizando barcos e veleiros. Durante a ofensiva, mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares de São Paulo cumpriram quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão em diversos estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina.
Além das prisões, a operação garantiu o bloqueio e a apreensão de bens que totalizam até R$ 1,32 bilhão, causando, assim, um dos maiores prejuízos financeiros já registrados contra o narcotráfico no Brasil.
Quadrilha transformava veleiros em “navios fantasmas” para driblar autoridades
De acordo com as investigações, os criminosos adaptavam veleiros e barcos de luxo para esconder grandes quantidades de drogas. Dessa forma, a quadrilha se aproveitava da aparência discreta dessas embarcações para cruzar o Oceano Atlântico sem levantar suspeitas durante as fiscalizações.
A operação teve início após a DEA (Drug Enforcement istration), dos Estados Unidos, comunicar à Polícia Federal, em fevereiro de 2023, a apreensão de três toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro. A embarcação, que navegava em águas internacionais próximas à costa africana, foi interceptada pela Marinha Americana, o que revelou o primeiro indício do sofisticado esquema transnacional.
Cooperação internacional ajudou a Polícia Federal a mapear toda a rota do tráfico
Enquanto a Polícia Federal avançava com as investigações, autoridades internacionais como a Guarda Civil Espanhola e a Marinha sa também realizaram apreensões de cargas ligadas à quadrilha brasileira. Por meio dessas interceptações, as forças estrangeiras forneceram informações detalhadas que confirmaram a existência de uma estrutura criminosa organizada, operando com rotas seguras e parcerias logísticas.
Além disso, essas cooperações internacionais evidenciaram que a quadrilha utilizava táticas avançadas de navegação, comunicação criptografada e e em vários países, o que exigiu uma ação coordenada entre diversas forças policiais.
Dessa maneira, a Polícia Federal conseguiu consolidar as provas necessárias para dar início à maior operação já registrada contra o tráfico internacional utilizando embarcações de luxo.
Investigados enfrentam acusações severas e penas que podem ultraar 30 anos
Com o avanço da investigação, a Polícia Federal indiciou os envolvidos pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e participação em organização criminosa. Considerando a legislação brasileira, as penas combinadas podem ultraar 30 anos de prisão. Especialmente em casos que envolvem grande quantidade de entorpecentes e atuação coordenada em mais de um país.
Por outro lado, as investigações seguem em andamento, pois a Polícia Federal ainda trabalha para identificar todos os responsáveis pela logística, financiamento e operação do esquema. A fim de desmantelar completamente a organização criminosa que movimentava bilhões de reais em mercadorias ilícitas.
Perguntas frequentes
Eles adaptavam veleiros para ocultar toneladas de cocaína de forma discreta em viagens pelo Oceano Atlântico.
A apreensão de três toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro, feita pela Marinha Americana, impulsionou a abertura do inquérito.
A Justiça pode condenar os investigados por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e participação em organização criminosa.