A Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, sob suspeita de ter forçado um cartão amarelo no jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, com o objetivo de favorecer um esquema de apostas. De acordo com as investigações, o jogador teria contribuído diretamente para beneficiar apostadores, entre eles familiares e amigos próximos.
Esse é o cartão suspeito de Bruno Henrique.
— Curiosidades Brasil (@CuriosidadesBRL) April 16, 2025
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Além do atleta, a PF também indiciou seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, a esposa de Wander, Ludymilla Araújo Lima, e a prima de Bruno, Poliana Ester Nunes Cardoso. Conforme o relatório, os três realizaram apostas diretamente relacionadas ao cartão. Simultaneamente, outro grupo composto por amigos de Wander — Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos — também teria participado do esquema.
A Polícia Federal encontrou mensagens trocadas entre os investigados nos celulares apreendidos durante uma operação de busca e apreensão realizada em novembro do ano ado. Entre os diálogos analisados, um trecho chamou atenção: Wander perguntou a Bruno Henrique quando ele tomaria o terceiro cartão amarelo, e o atacante respondeu – “Contra o Santos”.
Indiciamento por fraude esportiva e estelionato
Diante dos elementos levantados, a Polícia Federal indiciou Bruno Henrique e Wander Nunes Pinto Júnior com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata sobre a fraude em competições esportivas, cuja pena varia de dois a seis anos de prisão. Além disso, os dois também foram indiciados por estelionato, que prevê reclusão de um a cinco anos. Já os demais envolvidos responderão exclusivamente pelo crime de estelionato.
As investigações tiveram início em agosto de 2023, quando três casas de apostas identificaram movimentações atípicas ligadas ao cartão aplicado ao jogador. De acordo com os relatórios enviados à PF, uma das plataformas observou que 98% de todas as apostas relacionadas a cartões na partida estavam concentradas em Bruno Henrique. Outras duas operadoras confirmaram percentuais de 95% e 97%, respectivamente.
No jogo em questão, disputado no Mané Garrincha, em Brasília, o Flamengo já perdia por 2 a 1 quando, nos acréscimos do segundo tempo, Bruno Henrique cometeu uma falta em Soteldo e foi advertido com o cartão amarelo. Em seguida, o jogador reclamou da decisão e foi expulso pelo árbitro Rafael Klein.
Flamengo emite nota oficial e mantém o jogador
Apesar das suspeitas levantadas, o Flamengo decidiu não afastar Bruno Henrique do elenco. Logo após a repercussão do indiciamento, o clube emitiu uma nota oficial:
— O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique. O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito.
Jogador se defende e diz estar tranquilo
Após a conquista da Copa do Brasil de 2023, Bruno Henrique comentou publicamente sobre o caso e se mostrou confiante quanto à apuração:
– Minha vida e a minha trajetória, desde que comecei a jogar futebol, nunca foram fáceis. Mas Deus sempre esteve comigo. Estou tranquilo em relação a isso, junto com meus advogados, empresários e pessoas que estão nessa batalha comigo. Peço que a justiça seja feita.
STJD descartou inquérito em 2023
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também chegou a analisar o caso em 2023, mas decidiu não abrir inquérito por considerar que não havia elementos suficientes. Em nota, o tribunal explicou:
– A Procuradoria considerou que o alerta não apontou nenhum indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador.
Agora, o relatório da Polícia Federal será encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal, que deverá decidir se oferece denúncia formal contra os envolvidos ou se arquiva o caso.
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Perguntas frequentes
Por supostamente forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores, incluindo familiares e amigos.
Fraude em competição esportiva (Lei Geral do Esporte) e estelionato.
Não. O clube afirmou que não recebeu notificação oficial e defendeu o direito à ampla defesa e à presunção de inocência.