“Quero bolsa família” diz “mãe” no encontro dos “pais” de bebê reborn; veja vídeo

“Quero bolsa família” diz “mãe” no encontro dos “pais” de bebê reborn

No último final de semana, um grupo de pais e mães de bonecas Reborn se reuniu em um evento inédito no interior de São Paulo. O encontro, além de promover a troca de experiências entre os participantes, também trouxe à tona uma discussão surpreendente: o pedido pela inclusão no programa Bolsa Família. Embora as bonecas sejam objetos, seus cuidadores afirmam exercer um papel parental real, com rotina de cuidados, gastos constantes e vínculos emocionais profundos.

Comportamentos cotidianos reforçam vínculo e despertam empatia

Durante o evento, os relatos revelaram o nível de dedicação desses pais. Eles afirmam alimentar as bonecas, trocar roupas, cuidar da higiene e até pagar por enxovais completos. Por consequência, muitos descrevem a experiência como semelhante à maternidade ou paternidade. “Ela mama demais”, disse uma das mães, argumentando que os custos justificam o pedido por assistência social. Dessa forma, a rotina emocional e financeira aproxima-se, segundo os participantes, da de famílias com filhos biológicos.

Reivindicação pelo Bolsa Família provoca reações jurídicas e sociais

No entanto, o ponto mais polêmico do encontro surgiu quando os pais pediram o ao Bolsa Família. Juristas consultados afirmam que, legalmente, o programa se destina a famílias de baixa renda com filhos reais, e não há base jurídica para atender tal solicitação. Ainda assim, psicólogos ressaltam que os Reborns cumprem um papel terapêutico em muitos casos. Portanto, mesmo sem respaldo legal, o movimento expõe uma nova camada da exclusão social: o abandono emocional.

Sociedade contemporânea transforma a ausência em maternidade simbólica

Por fim, o fenômeno Reborn revela uma transformação nos laços humanos. Em um cenário marcado por solidão, luto e ausência de vínculos afetivos, as bonecas surgem como válvula de escape e substituto emocional. Em vez de tratar essas pessoas com deboche, talvez seja hora de refletir sobre as novas formas de criar, amar e reivindicar. Afinal, mesmo sem filhos biológicos, muitos se sentem e se comportam como pais.

Perguntas frequentes

O afeto simbólico pode gerar obrigações do Estado?

Não, ainda não existe base legal para isso.

As políticas públicas devem considerar novas formas de família?

Talvez no futuro, mas hoje os critérios são objetivos.

A sociedade está preparada para acolher essas novas realidades afetivas?

Provavelmente não, mas o fenômeno já exige atenção e respeito.

Veja também
Recentes