Na madrugada desta segunda-feira (19), um ônibus de turismo lotado com 45 ageiros capotou na BR-491, em Varginha (MG), a poucos quilômetros do destino final. Como consequência direta do acidente, uma mulher e uma criança de apenas 4 anos perderam a vida. A criança teve o crânio esmagado, segundo informações do Corpo de Bombeiros. A mãe do menino, que estava presa às ferragens, sobreviveu, mas foi levada ao hospital com ferimentos graves. Embora algumas vítimas tenham conseguido sair sozinhas, cinco ageiros precisaram de resgate especializado.
Falta de fiscalização contribui para novos acidentes
Apesar de o Brasil possuir legislações para transporte coletivo, a fiscalização segue deficiente, especialmente em trajetos intermunicipais e interestaduais. De acordo com a ANTT, mais de 40% dos ônibus fiscalizados em 2024 apresentaram irregularidades graves. Dessa forma, empresas que deveriam seguir padrões mínimos de segurança continuam circulando livremente pelas estradas. Além disso, ageiros muitas vezes priorizam o custo da viagem em detrimento da segurança, o que perpetua um sistema frágil e permissivo.
Rodovias perigosas e estrutura negligenciada
A BR-491, onde o acidente ocorreu, figura entre as mais perigosas do Sul de Minas. Ao longo dos anos, diversos trechos permaneceram sem iluminação adequada, sinalização visível e proteção lateral, como defensas metálicas. Apesar de pedidos de melhorias por moradores e autoridades locais, os investimentos na via seguem escassos. Como resultado, tragédias se repetem em pontos já identificados como críticos por especialistas em transporte e segurança viária.
O ciclo de omissão precisa ser quebrado
É preciso destacar que essa tragédia, embora chocante, não é isolada. Casos semelhantes ocorrem com frequência em todo o país. Portanto, a responsabilidade não deve recair apenas sobre a empresa envolvida. Cabe aos órgãos reguladores, governos estaduais e à própria sociedade exigir mudanças concretas. Investir em fiscalização eficiente, punir com rigor os responsáveis e modernizar as rodovias são medidas urgentes para interromper esse ciclo trágico.
Perguntas frequentes
A fiscalização falha devido à escassez de recursos e equipes reduzidas.
Falta de prioridade orçamentária e burocracia atrasam obras estruturais.
Verificar a reputação da empresa, exigir nota fiscal e usar cinto de segurança aumentam as chances de proteção.