Nem todo mundo corre com liberdade. Enquanto para uns o esporte é apenas lazer e saúde, para outros é resistência e luta por justiça. Foi com essa mensagem poderosa que o atleta Weslley Caitano, de 29 anos, participou da 7ª edição da Corrida do Túnel (Charitas-Cafubá), em Niterói (RJ), no último domingo (30). Vestindo um colete à prova de balas simbólico, o capixaba se tornou o rosto da campanha “Corredor em Perigo”, idealizada pela plataforma Alma Preta (@almapretajornalismo).
O objetivo da ação foi provocar uma reflexão urgente: a prática esportiva no Brasil ainda não é segura para todos. “Por muito tempo tentei evitar situações de racismo, mas isso não resolve o problema. Hoje, participo desse projeto para colaborar com essa mudança”, declarou Weslley, que iniciou sua carreira há dez anos e precisou deixar a comunidade do Fallet, no Rio de Janeiro, em busca de melhores condições de treino e segurança.
O colete como símbolo: a corrida pela vida
O colete usado por Weslley não possuía proteção balística real. Ele era cenográfico, mas carregava um peso simbólico imenso. A imagem do atleta correndo com o item reforçou visualmente a mensagem da campanha: o racismo no esporte ainda é uma ameaça constante à vida e ao bem-estar de atletas negros.
“Precisamos de estratégias de comunicação que impactem e incomodem. O esporte é um meio poderoso para impulsionar essa transformação”, destacou Elaine Silva, sócia-diretora da Alma Preta. A campanha marca o lançamento de uma nova plataforma da organização, voltada a desenvolver soluções criativas para combater o racismo no ambiente esportivo.
Segundo a pesquisa Brand Inclusion Index 2024, 61% dos brasileiros pretos e pardos afirmaram ter sofrido discriminação no último ano. Esses dados escancaram a urgência de iniciativas como essa, que vão além da visibilidade e cobram posicionamento efetivo da sociedade.
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Perguntas frequentes
Para denunciar o racismo e a insegurança enfrentada por atletas negros nas ruas e no esporte.
Não. Era um item cenográfico, usado como símbolo de protesto na campanha “Corredor em Perigo”.
Reflexão sobre o racismo estrutural no esporte e a criação de soluções para garantir igualdade e segurança para todos.
Créditos: @almapretajornalismo @poderespretos