Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, nesta quarta-feira (9), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Cuiabá. O grupo denunciou a paralisação da reforma agrária em Mato Grosso e exigiu providências urgentes do governo federal e estadual.
A manifestação integra a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, conhecida como “Abril Vermelho”, que ocorre em todo o Brasil durante o mês de abril. A Comissão Pastoral da Terra (T), uma das organizadoras do ato, informou que cerca de 500 pessoas participaram da mobilização.
Manifestantes exigem celeridade nos processos fundiários
O MST denunciou a estagnação dos processos de assentamento e regularização de terras no estado. Segundo os líderes do movimento, o Incra e o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) ignoram demandas urgentes de centenas de famílias acampadas.
Os manifestantes cobraram assistência técnica para os assentamentos existentes, infraestrutura básica e políticas públicas para garantir o sustento das famílias do campo. Também reivindicaram a desapropriação de terras improdutivas para distribuição às comunidades rurais organizadas.
Movimento pede audiência com ministro do Desenvolvimento Agrário
O MST pediu uma audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. O objetivo é apresentar um panorama atualizado da situação da reforma agrária em Mato Grosso e pressionar o governo federal a assumir compromissos com as famílias acampadas.
A mobilização, iniciada na Praça Alencastro, no centro de Cuiabá, seguiu em caminhada até o prédio do Incra. Os organizadores garantiram que permanecerão no local até obter uma resposta oficial.
Abril Vermelho: resistência e memória
O MST organiza o Abril Vermelho desde 1996, em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais morreram em confronto com a polícia militar no Pará. O mês se tornou um marco da resistência camponesa e da luta pela democratização da terra no Brasil.
Neste ano, o movimento ampliou as mobilizações em vários estados, como parte de uma ofensiva para recolocar a reforma agrária no centro do debate político nacional.
Perguntas frequentes
É uma série de mobilizações nacionais que o MST realiza em abril para cobrar avanços na reforma agrária.
Porque o movimento denuncia a paralisação da reforma agrária em Mato Grosso e exige ações imediatas do governo.
Quer retomada dos assentamentos, regularização fundiária, infraestrutura nos territórios e diálogo com o ministro Paulo Teixeira.