Motoristas que trafegavam pela Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, se depararam com uma cena bastante inusitada e até perturbadora nesta semana. Um homem, fantasiado como Pennywise, o palhaço do filme “IT: A Coisa”, apareceu no semáforo em frente ao supermercado Comper, pedindo dinheiro. O detalhe que mais chamou atenção, no entanto, foi o fato de ele estar segurando um braço de silicone “ensanguentado”, com o qual acenava para os motoristas enquanto solicitava ajuda financeira.
A escolha do famoso vilão do cinema, Pennywise, para realizar o pedido de dinheiro em um dos semáforos mais movimentados de Cuiabá não ou despercebida. Além da já assustadora fantasia, o homem segurava um braço de silicone que simulava estar ensanguentado. Dessa forma, a cada aceno, o impacto visual causado pelo adereço grotesco aumentava, provocando reações mistas de surpresa e desconforto nos motoristas que avam pelo local.
Criatividade para buscar ajuda nas ruas
O aparecimento do “Pennywise cuiabano”, segurando um braço de silicone ensanguentado, reflete uma realidade cada vez mais comum em diversas cidades brasileiras. Diante da crise econômica, do aumento do desemprego e da falta de oportunidades formais, muitas pessoas estão recorrendo a formas criativas para pedir ajuda financeira nas ruas. Fantasias e performances inusitadas têm sido utilizadas como uma maneira de atrair a atenção de motoristas e pedestres.
Em várias partes do país, pessoas em situação de vulnerabilidade adotam estratégias como a criação de personagens icônicos ou o uso de objetos que gerem impacto visual, buscando se diferenciar e, assim, garantir alguma ajuda. O uso de um famoso personagem de terror e de um adereço ensanguentado são exemplos de como a criatividade surge em meio à necessidade de se destacar para conseguir dinheiro.
Não demorou muito para que a cena do “Pennywise cuiabano” pedindo dinheiro com o braço de silicone viralizasse nas redes sociais. Diversos motoristas que aram pelo local registraram o momento e compartilharam fotos e vídeos, gerando grande repercussão online. Enquanto muitos acharam a situação engraçada e surpreendente, outros refletiram sobre a dura realidade econômica que leva as pessoas a recorrer a esses métodos incomuns para sobreviver.
Aumento da informalidade e desafios econômicos
A presença do palhaço pedindo dinheiro no semáforo de Cuiabá, segurando um braço de silicone, evidencia o crescente aumento da informalidade no Brasil. Embora criativo, o uso de fantasias e artifícios como o braço ensanguentado reflete a falta de oportunidades formais de trabalho e de renda para muitas pessoas.
Assim, o episódio reforça a urgente necessidade de políticas públicas que promovam o emprego e a renda de maneira estruturada, reduzindo a dependência de abordagens criativas, mas precárias, como forma de garantir a sobrevivência em um cenário de crise econômica.
