Motoristas que trafegavam pela BR-163 na tarde desta segunda-feira (19) registraram uma cena revoltante entre os municípios de Nova Mutum e Diamantino, em Mato Grosso. Eles encontraram dezenas de capivaras, inclusive filhotes, mortas no acostamento da rodovia.
O vídeo gravado por um dos condutores mostra os corpos dos animais enfileirados no canto da estrada. A imagem, que circula nas redes sociais, gerou comoção e indignação. Vários motoristas afirmaram que o atropelamento pareceu proposital.
Suspeita de crime ambiental
Os motoristas apontaram indícios de crueldade. O número de animais mortos e a ausência de qualquer tentativa de desvio reforçaram a hipótese de intencionalidade. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda não se pronunciou, e o Ibama não confirmou se abrirá investigação.
O Código Penal Ambiental classifica como crime a prática de maus-tratos contra animais silvestres (Lei 9.605/1998, artigo 32). Quem comete o crime pode receber pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.
Atropelamentos matam milhões de animais por ano
O Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE) estima que os motoristas atropelam cerca de 475 milhões de animais por ano nas estradas brasileiras. Capivaras, tatus, tamanduás e outros animais enfrentam alto risco de morte em trechos como o da BR-163, onde a vegetação margeia a pista e não há agens de fauna.
A falta de infraestrutura adequada — como cercas, sinalização e túneis de travessia — transforma a rodovia em armadilha fatal para os animais. A população cobra investigação rápida e punição dos responsáveis.
Perguntas frequentes
As capivaras tentavam atravessar a rodovia e foram atropeladas por veículos em alta velocidade.
Sim. A legislação ambiental brasileira considera crime qualquer ato que cause maus-tratos a animais silvestres.
Construindo agens de fauna, instalando cercas e sinalizando trechos críticos com alertas visuais.