Fortes chuvas no Nepal, especialmente na capital Katmandu, resultaram em inundações devastadoras, que já causaram a morte de pelo menos 148 pessoas. As autoridades continuam trabalhando para encontrar dezenas de desaparecidos, enquanto a população tenta se recuperar dos efeitos do desastre. As inundações cobriram grandes áreas do leste e centro do país, destruindo bairros inteiros e deixando um rastro de destruição.
Nepal em agonia: mais de 140 vidas perdidas enquanto a água invade tudo
As intensas chuvas que atingiram o Vale de Katmandu acumularam 240 mm de precipitação em apenas 24 horas, um nível nunca antes registrado desde 1970. O transbordamento de rios, como o Bagmati, causou alagamentos em diversas áreas da capital, obrigando milhares de pessoas a deixar suas casas. Muitas delas precisaram buscar refúgio nos telhados das residências enquanto esperavam por resgate. As autoridades meteorológicas nepalesas confirmaram que esta foi uma das piores tempestades da história recente do país.
Deslizamentos de terra também aumentaram a gravidade da situação. Em um dos incidentes mais trágicos, 36 pessoas morreram soterradas quando um deslizamento atingiu veículos que estavam em uma rodovia ao sul de Katmandu. O número de mortos continua a subir à medida que as equipes de resgate, que envolvem mais de 3 mil pessoas, incluindo o uso de helicópteros e barcos, avançam nas áreas afetadas.
Os efeitos das mudanças climáticas amplificam a tragédia
Cientistas apontam que as mudanças climáticas estão aumentando a frequência e a gravidade das chuvas sazonais na região, agravando as consequências das monções. A temporada de chuvas, que dura de junho a setembro, sempre provocou inundações e deslizamentos de terra no Nepal, mas eventos como o atual se tornaram mais frequentes e intensos nos últimos anos. A ciência climática alerta para a necessidade de medidas globais para mitigar esses desastres que afetam, principalmente, as populações mais vulneráveis.
Resgate heroico: mais de 3 mil profissionais batalham contra o tempo para salvar vidas
O governo do Nepal intensificou os esforços de resgate após uma breve melhora no clima, permitindo que as equipes alcançassem áreas isoladas. Mais de 3 mil desabrigados já foram resgatados, mas muitos ainda permanecem em condições precárias, sem o a água potável ou serviços de saúde. As equipes de resgate continuam lutando para fornecer abrigos temporários e assistência às vítimas, enquanto as agências humanitárias trabalham em conjunto com o governo para evitar um aumento no número de mortos e feridos.
A situação humanitária se agrava à medida que as águas recuam, revelando o verdadeiro impacto da tragédia. Com o risco de doenças se espalharem e a destruição de infraestruturas essenciais, a recuperação será longa e complexa. O apoio internacional já começou a chegar, mas os desafios permanecem, especialmente em áreas rurais de difícil o.
Chuvas, deslizamentos e terremotos: a geografia que torna o Nepal um campo de batalha climático
O Nepal é um país particularmente vulnerável a desastres naturais devido à sua geografia montanhosa e à intensa atividade sísmica na região. Além dos terremotos frequentes, as monções que ocorrem entre junho e setembro trazem chuvas torrenciais que provocam inundações e deslizamentos de terra em áreas urbanas e rurais. Historicamente, os desastres naturais têm causado enormes perdas de vidas e infraestrutura no país. Um exemplo notável foi o terremoto de 2015, que resultou na morte de quase 9.000 pessoas e devastou grande parte de Katmandu e seus arredores. Desastres como esses são agravados pela pobreza, infraestrutura precária e desmatamento, que aumentam a exposição da população aos riscos naturais.
Além das chuvas de monção, o Nepal também enfrenta deslizamentos de terra recorrentes devido à sua posição nos Himalaias. Regiões montanhosas e vales são particularmente suscetíveis a desmoronamentos de encostas durante períodos de chuvas fortes. Essas condições, combinadas com mudanças climáticas, aumentaram a frequência e intensidade dos desastres, resultando em maiores perdas humanas e econômicas. A degradação do solo e a falta de planejamento urbano adequado em áreas densamente povoadas como Katmandu pioram a situação, tornando o país um dos mais propensos a tragédias causadas por fenômenos naturais.