O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), criticou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), por não ter se manifestado após as declarações da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Mendes afirmou que Fávaro cometeu um erro ao não defender os produtores rurais diante da proposta de confiscar terras em casos de incêndios criminosos.
Ministra sugere confisco de terras
Marina Silva, em sua fala, destacou que o Governo Federal está estudando maneiras de endurecer as punições para aqueles que provocam incêndios em terras rurais. Entre as propostas apresentadas, a ministra sugeriu o confisco de propriedades envolvidas em práticas de queimadas ilegais. No entanto, Mauro Mendes discordou, alegando que os produtores rurais não praticam essas ações, já que incendiar suas próprias terras seria prejudicial ao seu próprio negócio.
Além disso, o governador argumentou que o uso do fogo no agronegócio é uma prática ultraada e extremamente prejudicial. Ele explicou que queimar áreas produtivas, como pastos ou palhadas de soja e milho, seria equivalente a “queimar o estoque de uma loja”. Dessa forma, Mendes ressaltou que a palhada é uma matéria-prima valiosa que protege o solo para as safras futuras. Ele também enfatizou que, mesmo seco, o pasto ainda pode ser utilizado como alimento para o gado, o que torna a queimada completamente irracional.
Fávaro deveria ter defendido o setor, afirma Mendes
Mauro Mendes também expressou sua insatisfação com a postura de Carlos Fávaro. Para ele, o ministro da Agricultura, que conhece bem o setor do agronegócio, deveria ter defendido os produtores rurais após as declarações de Marina Silva. Segundo Mendes, “um produtor rural não queima dinheiro”, e Fávaro deveria ter refutado as declarações da ministra. Assim, Mendes classificou a falta de reação do ministro como um erro, já que, em sua visão, Marina generalizou o comportamento do setor.
Portanto, Mauro Mendes deixou claro que a fala de Marina Silva sobre o confisco de terras devido a queimadas não corresponde à realidade do agronegócio moderno. O governador defendeu os produtores, afirmando que o setor não adota práticas que prejudiquem sua própria produtividade. Além disso, Mendes criticou a falta de posicionamento de Carlos Fávaro, que, em sua opinião, deveria ter protegido os interesses do setor agropecuário. Dessa forma, o episódio reforça a tensão existente entre as políticas estaduais e federais no que diz respeito ao meio ambiente.
