O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), está prestes a se tornar o chefe do Executivo estadual que mais nomeou desembargadores desde a Constituição de 1988. Até o fim de seu mandato, serão cinco indicações para a Corte Estadual, um movimento que mistura mudanças na magistratura e estratégias políticas.

O que explica o recorde de nomeações?
Dois fatores impulsionam as indicações: a aposentadoria de três desembargadores ligados ao Quinto Constitucional (vagas destinadas a advogados e membros do Ministério Público) e a criação de duas novas vagas para essa mesma categoria. Até agora, Mauro Mendes já escolheu quatro nomes: Hélio Nishiyama (advogado), Marcos Regenold, Wesley Sanchez Lacerda e Deosdete Cruz (todos ex-promotores).
Como isso afeta o Judiciário e a política em MT?
A nomeação de desembargadores pode influenciar decisões judiciais em áreas sensíveis, como licitações, conflitos agrários e questões ambientais – temas cruciais em Mato Grosso, estado com forte peso no agronegócio. Além disso, a escolha de nomes próximos ao Executivo pode gerar debates sobre independência entre os Poderes.
Qual o reflexo na economia estadual?
Um Judiciário com membros alinhados ao governo pode agilizar processos de interesse do estado, como obras públicas e investimentos. Por outro lado, críticos alertam para o risco de decisões enviesadas em favor do Executivo. A relação entre economia e Justiça é delicada, especialmente em um estado com alto PIB agrícola e disputas por terras.
Perguntas e respostas
Ele reserva vagas no Judiciário para advogados e membros do MP, garantindo diversidade de formação entre os magistrados.
Sim, caso haja indícios de favorecimento político ou irregularidades no processo.
Sim, mas a quantidade de nomeações em MT chama atenção pelo curto período e pelo recorde histórico.
O cenário ainda pode mudar, mas uma coisa é certa: as escolhas de Mauro Mendes deixarão marcas no Judiciário e na política mato-grossense.