Mylene Bandeira, mãe de uma criança com transtorno do espectro autista (TEA), compartilhou uma experiência constrangedora que vivenciou em um restaurante japonês. Tudo começou quando seu filho, enquanto brincava com outra criança em uma mesa próxima, foi alvo de um pedido para se afastar. O pai da outra criança dirigiu-se à mãe solicitando que retirasse o menino da interação. A situação, segundo ela, gerou desconforto não apenas para sua família, mas também para os demais clientes que observavam a cena.
Mãe desabafa sobre desconforto em restaurante com filho autista e levanta discussão delicada na internet. pic.twitter.com/h0EHPY9DbR
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) November 29, 2024
Em sua publicação, Mylene destacou: “Ninguém tem obrigação de aturar o filho dos outros, mas a falta de sensibilidade me assusta”. Após o episódio, ela e o marido decidiram sair do restaurante, sentindo-se julgados pelos olhares ao redor. Essa experiência, entretanto, rapidamente se tornou um tema de debate nas redes sociais.
A opinião da psicóloga e a viralização do caso
Diante da repercussão, a psicóloga Carla Castro, conhecida por abordar temas de parentalidade, expressou sua opinião em um vídeo no TikTok que já ultraou 93 mil curtidas. De acordo com ela, situações como essa demandam reflexão sobre os limites do comportamento infantil em locais públicos. “Restaurante não é parque”, afirmou Carla, acrescentando que cabe aos pais regularem as ações dos filhos para evitar desconfortos a terceiros.
Ela reforçou que, embora a empatia seja fundamental para lidar com crianças com deficiência, é igualmente necessário respeitar o espaço e os direitos de todos que frequentam esses ambientes. Assim, o vídeo abriu um debate sobre até onde vai a responsabilidade dos pais e a tolerância das pessoas ao redor.
Discussões polarizadas nas redes sociais
Como esperado, o caso dividiu opiniões. De um lado, muitas pessoas defenderam Mylene e sua família, enfatizando que a sociedade deve ser mais empática com crianças que têm necessidades especiais. Por outro lado, diversos usuários apoiaram a atitude do pai que pediu o afastamento, argumentando que todos têm direito ao sossego e à tranquilidade, principalmente em locais como restaurantes.
Essa dualidade de opiniões, sem dúvida, levantou questionamentos mais amplos sobre inclusão e convivência em espaços públicos, além de ressaltar os desafios diários enfrentados por famílias que vivem com TEA.
Inclusão exige esforço de todas as partes
Diante desse contexto, especialistas apontam que incluir significa, acima de tudo, encontrar equilíbrio. Enquanto famílias de crianças com deficiência buscam integrar suas rotinas aos espaços públicos, os demais devem demonstrar compreensão e sensibilidade. Por outro lado, cabe aos pais monitorar e adaptar o comportamento de seus filhos ao ambiente.
Empatia e diálogo: as chaves para a convivência
Por fim, esse caso evidencia que a convivência harmoniosa requer esforço conjunto. Para construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva, é indispensável promover o diálogo e educar as pessoas sobre os desafios vividos por famílias de crianças com necessidades especiais. Assim, ao unirmos empatia, respeito e responsabilidade, avançamos em direção a um convívio social mais humano e acolhedor.