No sábado (11), Nicolás Maduro provocou debates ao sugerir, durante um discurso, que tropas brasileiras poderiam “libertar” Porto Rico do domínio dos Estados Unidos. Ele defendeu a ideia como parte de uma suposta agenda anti-colonialista inspirada em Simón Bolívar, mas usou um tom que, para muitos, misturou ironia e ideologia. A declaração ocorre em um momento de tensão política dentro da Venezuela e de isolamento internacional do governo chavista.
Maduro sugeriu uso de tropas brasileiras para "libertar" Porto Rico, e declaração gera polêmica; veja vídeo
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) January 13, 2025
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Uma declaração que agitou o cenário político
Maduro mencionou que o “Batalhão Abreu de Lima”, uma referência à Polícia Militar de Pernambuco e ao general brasileiro que lutou com Bolívar, poderia liderar a ação. Ele incluiu no discurso o nome de um interlocutor chamado “Breno”, reforçando a percepção de que a fala poderia ter sido uma brincadeira. No entanto, a declaração causou reações imediatas. Políticos e analistas interpretaram o discurso como uma provocação direta aos Estados Unidos e uma tentativa de reafirmar sua liderança no discurso anti-imperialista.
Reações e impacto internacional
Jenniffer González-Colón, governadora de Porto Rico, respondeu rapidamente à declaração. Ela criticou Maduro e reafirmou apoio a Edmundo González, líder opositor venezuelano. Já no Brasil, a oposição cobrou uma posição mais firme do governo Lula, que mantém uma postura moderada em relação à crise venezuelana. Enquanto países como os Estados Unidos e membros da União Europeia denunciaram fraudes nas eleições venezuelanas de 2024, o Brasil ainda não reconheceu oficialmente os resultados.
Crise política e contexto venezuelano
O discurso de Maduro reflete a situação crítica da Venezuela. Desde 2014, mais de 7,1 milhões de pessoas deixaram o país, fugindo da instabilidade política e econômica. Relatórios de organizações internacionais denunciam graves violações de direitos humanos, além de repressão contra opositores. As eleições de 2024, marcadas por irregularidades, foram amplamente contestadas por países e instituições globais.
Ele sugeriu que a ação seria parte de uma agenda anti-colonialista inspirada em Simón Bolívar, mas o tom usado deixou dúvidas sobre sua seriedade.
Jenniffer González-Colón criticou a fala e reafirmou apoio ao opositor venezuelano Edmundo González como líder legítimo do país.
O Brasil manteve uma postura moderada e não reconheceu oficialmente as eleições de 2024, enquanto países como Estados Unidos e União Europeia denunciaram irregularidades no processo eleitoral.