Em cerimônia histórica na aldeia Piaraçu (MT), o presidente Lula concedeu ao cacique Raoni Metuktire a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta honraria do país no campo cultural. A condecoração ocorreu durante visita presidencial ao Xingu nesta sexta-feira (4), reconhecendo décadas de luta do líder indígena pela Amazônia e pelos povos originários.
“Guardião da Floresta” recebe maior honra cultural do país
Ao colocar a insígnia no cacique de 93 anos, Lula destacou: “Raoni é um dos grandes nomes deste país, símbolo da resistência indígena e da proteção ambiental”. A Ordem do Mérito Cultural é concedida a personalidades que contribuíram significativamente para a cultura brasileira – honraria que já foi dada a figuras como Oscar Niemeyer e Milton Nascimento.
Reconhecimento em momento estratégico
A condecoração ocorre quando o governo busca fortalecer sua política ambiental após críticas internacionais. Especialistas veem o gesto como mensagem clara sobre a importância dos povos indígenas na preservação da Amazônia. Não por acaso, a cerimônia aconteceu dias após a visita da atriz Angelina Jolie ao mesmo território, ampliando o alcance simbólico do ato.
O legado de Raoni em novas gerações
Presente na cerimônia, o ministro dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, ressaltou: “Raoni educou o mundo sobre a importância da floresta”. A honraria chega quando o cacique, aos 93 anos, prepara sucessores para dar continuidade a sua luta – mostrando que seu reconhecimento vai além do simbólico, tornando-se parte do legado indígena brasileiro.
Perguntas e Respostas
1. O que é a Ordem do Mérito Cultural?
Maior honraria cultural brasileira, criada em 1995 para premiar contribuições excepcionais à cultura nacional.
2. Quantos indígenas já receberam esta condecoração?
Raoni é o 5º líder indígena a ser agraciado, em 28 anos de existência da honraria.
3. Qual o significado político deste ato?
Fortalecer a imagem do Brasil na agenda ambiental e reconhecer oficialmente o papel dos povos indígenas na preservação da Amazônia.
A cerimônia no Xingu marcou não apenas o reconhecimento de uma vida dedicada à floresta, mas também sinalizou a intenção do governo de colocar os povos originários no centro das políticas ambientais – um gesto carregado de simbolismo e expectativas para o futuro da Amazônia.