A Vigilância Sanitária de Cuiabá interditou, na manhã desta quinta-feira (12), um laboratório que funcionava de forma irregular no centro da Capital. O espaço, que realizava análises de amostras de água potável coletadas em Estações de Tratamento de Água (ETAs), operava sem alvará de localização, licença sanitária ou autorização de funcionamento. A estrutura improvisada e a ausência de regulamentação colocaram em risco a segurança do serviço prestado à população.
Durante a fiscalização, os agentes encontraram um cenário preocupante. O imóvel, com fachada de residência comum, escondia um laboratório móvel instalado dentro de um trailer e uma estrutura fixa equipada com diversos instrumentos e substâncias químicas utilizadas em testes de qualidade da água. A empresa responsável por operar o espaço presta serviços para a concessionária de abastecimento público de Cuiabá, o que intensificou a gravidade da situação.
Equipamentos vencidos e suspeita de análise irregular no local
Sobretudo os fiscais identificaram insumos vencidos, meios de cultura fora do prazo de validade e a presença de materiais usados para análises microbiológicas, o que contradiz a versão dada por funcionários de que as amostras seriam enviadas para a sede da empresa no Rio de Janeiro. Diante dessas evidências, a Vigilância levantou a suspeita de que as análises estavam sendo realizadas clandestinamente no próprio local interditado.
A empresa investigada possui filiais em várias cidades brasileiras e também no exterior. Ainda assim, a estrutura utilizada em Cuiabá apresentava falhas graves de conformidade com as normas sanitárias. Os fiscais isolaram o local e apreenderam materiais que devem ar por perícia técnica para verificar se, de fato, houve manipulação indevida de dados ou adulteração nos resultados.
População pode ter sido exposta a riscos sem saber
Em suma especialistas alertam que o controle da qualidade da água deve seguir normas rigorosas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde. A ausência de fiscalização adequada e a realização de análises em ambientes sem estrutura apropriada podem comprometer a segurança da água que chega às torneiras dos moradores. Por fim o caso agora segue sob apuração da Vigilância Sanitária e do Ministério Público, que pode responsabilizar criminalmente os envolvidos.
Perguntas frequentes:
Ainda não há confirmação. As autoridades investigam se houve falha nas análises que comprometa a qualidade.
Uma empresa com sede no Rio de Janeiro e atuação nacional e internacional.
Possível exposição a água sem o tratamento adequado, o que pode causar doenças de veiculação hídrica.