Justiça de MT obriga empresa a pagar R$ 343 mil por não cumprir contrato de voo com imigrantes haitianos

Empresários são condenados a pagar R$ 343 mil por não cumprir voo de haitianos

A Associação de Defesa dos Haitianos Imigrantes e Migrantes em Mato Grosso (ADHIMI-MT) denunciou os empresários Pascale e Pierre Candio. O motivo foi o descumprimento de um contrato de fretamento aéreo firmado em 2023. A Justiça acatou a denúncia. Determinou que os responsáveis paguem R$ 343.076,99 à entidade. O valor é referente à não realização de um voo contratado. A viagem transportaria 59 haitianos de Porto Príncipe (Haiti) até Campinas (SP).

Mesmo após o pagamento adiantado de R$ 423 mil, os empresários não executaram o voo previsto para 27 de maio de 2023. A ADHIMI-MT acionou a Justiça com o apoio da Defensoria Pública, denunciando a violação contratual e o prejuízo causado à comunidade haitiana.

Justiça homologa acordo, mas empresários não pagam

Durante audiência de conciliação, as partes firmaram um acordo no qual os réus se comprometeram a pagar 60 mil dólares — cerca de R$ 331.950,00 na cotação da época. O juiz Bruno D’Oliveira Marques homologou o acordo e extinguiu o processo sem resolução de mérito.

O juiz fixou um prazo de até 60 dias para o depósito, livre de qualquer imposto, diretamente na conta da ADHIMI-MT. Apesar disso, os empresários não cumpriram o prazo.

Defensoria aciona Justiça e cobrança entra em nova fase

Diante da inadimplência, a Defensoria Pública pediu à Justiça que executasse a sentença. O juiz aceitou o pedido e intimou Pascale e Pierre Candio a efetuarem o pagamento no prazo máximo de 15 dias.

Se os réus não quitarem a dívida, a Justiça aplicará multa de 10% sobre o valor total e cobrará outros 10% em honorários advocatícios, como prevê o Código de Processo Civil.

A Justiça também converteu o processo em fase de cumprimento de sentença e atualizou os registros no sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe), ando os empresários à condição de partes executadas.

Justiça reforça compromisso com direitos dos migrantes

Com essa decisão, o Judiciário de Mato Grosso reafirma o compromisso em proteger os direitos de imigrantes, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade. O caso também fortalece o papel da ADHIMI-MT, que atua diretamente no acolhimento e na defesa de haitianos no estado.

Perguntas frequentes

O que aconteceu com o voo dos haitianos para o Brasil?

A empresa contratada não realizou o voo, mesmo com o pagamento antecipado de R$ 423 mil.

Quem vai pagar a indenização para os imigrantes haitianos?

Os empresários Pascale e Pierre Candio devem pagar R$ 343 mil à ADHIMI-MT.

O que acontece se a empresa não pagar a indenização?

A Justiça pode bloquear bens, aplicar multa e penhorar valores dos réus.

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