Em pronunciamento durante evento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, nesta segunda-feira (19/5), a primeira-dama Janja Lula da Silva declarou que não aceitará ser silenciada diante de temas que afetam diretamente a infância. A fala ocorreu após repercussão negativa de sua intervenção com o presidente da China, Xi Jinping, durante jantar oficial em que mencionou o TikTok como uma ameaça à segurança digital de jovens brasileiros.
“Eu não me calarei quando for para proteger a vida das nossas crianças e adolescentes”, declarou Janja, recebendo aplausos do público presente.
Janja afirmou, nesta segunda (19/5), durante evento do Ministério dos Direitos Humanos, que não permitirá que a silenciem sobre temas que afetam a infância.
Redes sociais na mira: debate sobre regulamentação digital se intensifica
O episódio reforçou a discussão sobre a responsabilidade de plataformas como o TikTok na exposição de conteúdos inadequados a menores de idade. Relatórios recentes de órgãos internacionais apontam que o algoritmo da plataforma pode estimular desafios perigosos e conteúdos sensíveis, ampliando riscos à saúde mental de adolescentes.
Organizações da sociedade civil e parlamentares brasileiros defendem a criação de uma legislação específica para o controle de redes sociais, incluindo sanções para empresas que não adotarem políticas eficazes de moderação.
Perguntas e respostas:
Embora a primeira-dama não tenha cargo formal no governo, ela pode se manifestar, especialmente em pautas sociais. Ministros e representantes do Itamaraty geralmente seguem um protocolo de hierarquia e cautela no campo diplomático. A atuação de Janja, nesse caso, extrapolou o esperado, o que gerou debate político.
Usuários das redes sociais e ativistas dos direitos da infância elogiaram a coragem dela, embora a repercussão tenha dividido opiniões. Já entre diplomatas e setores mais técnicos do governo, houve críticas pela exposição do Brasil em uma conversa delicada, o que poderia prejudicar a relação bilateral com a China.
O caso revelou falhas na comunicação do Planalto, cobrou mais alinhamento entre diplomacia e ativismo e impulsionou o debate sobre a regulação das redes sociais.
