Uma fala polêmica de Janja Lula da Silva, primeira-dama do Brasil, provocou repercussão nacional após ela afirmar publicamente que foi vítima de machismo ao ser criticada por sua atuação ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração ganhou força após críticas sobre seu protagonismo em agendas oficiais e sua participação ativa em eventos de governo. O caso reacendeu discussões sobre o papel da mulher na política e o incômodo que sua presença causa em espaços historicamente dominados por homens.

Primeira-dama ativa e a resistência do sistema político
Diferente do perfil mais discreto de primeiras-damas anteriores, Janja adotou uma postura ativa desde a posse de Lula em 2023. Ela participou de eventos oficiais, articulou encontros com movimentos sociais e ganhou visibilidade nas redes sociais, o que rapidamente despertou reações dentro e fora do Congresso. Parte das críticas ignora seu histórico como socióloga e militante política e foca em sua atuação pública com argumentos que especialistas classificam como marcadamente misóginos.
Machismo estrutural e resistência à presença feminina no poder
Ao afirmar que sofre ataques motivados por machismo, Janja explicitou o que muitas mulheres na política também relatam: o incômodo causado por lideranças femininas que ocupam espaços de decisão e visibilidade. A reação negativa a sua atuação repete padrões históricos de resistência à ascensão feminina, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Estudo do Instituto Alziras mostra que 77% das prefeitas brasileiras já sofreram algum tipo de violência política de gênero.
A politização da figura da primeira-dama
A presença de Janja na política nacional tem levantado questionamentos sobre os limites entre protagonismo institucional e influência pessoal. Seus opositores a acusam de extrapolar o papel tradicional de primeira-dama, enquanto apoiadores defendem que ela representa um novo modelo de liderança feminina dentro da estrutura do poder. Em meio a esse cenário, o episódio ilustra como o debate sobre machismo, poder e representatividade continua central na política brasileira.
Perguntas e Respostas
Não. Ela é primeira-dama, mas atua de forma ativa em agendas do governo.
Muitas se baseiam em normas tradicionais e não escritas sobre o papel da primeira-dama, e acabam revelando traços de machismo.
Mostra como ainda existe resistência à presença feminina em espaços de poder, mesmo quando não ocupam cargos eletivos.