O Parque Estadual Cristalino II, localizado entre os municípios de Novo Mundo e Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, enfrenta um dos maiores desafios ambientais de sua história. Um incêndio de grandes proporções consome a vegetação da área há mais de duas semanas, e a situação continua a preocupar tanto as autoridades ambientais quanto a população local. O parque, que se destaca por sua biodiversidade única, abriga dezenas de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, que agora correm risco devido às chamas.
Densa fumaça e visibilidade comprometida
Desde o início do incêndio, a região foi tomada por uma densa fumaça que cobre o céu, dificultando a visibilidade e, consequentemente, as operações de combate ao fogo. As equipes de brigadistas identificaram 81 focos de calor espalhados por três frentes principais. Um dos maiores focos está localizado a apenas 70 km do município de Novo Mundo, aumentando a preocupação entre os moradores e autoridades.
Esforços incessantes das equipes de combate
Brigadistas da Fundação Ecológica Cristalino (FEC) e do Corpo de Bombeiros estão atuando incessantemente para tentar conter as chamas. As investigações iniciais apontam que o incêndio teve origem em fazendas vizinhas ao parque. A seca prolongada na região, junto com os ventos fortes, tem facilitado a propagação do fogo, complicando ainda mais os esforços de controle.
Ameaça à riqueza biológica
O Parque Estadual Cristalino II, juntamente com o Cristalino I, forma uma reserva natural de mais de 184 mil hectares. Essa área é conhecida por suas nascentes de águas puras e pela vasta diversidade de espécies, incluindo mais de 600 espécies de aves, 1,4 mil espécies de plantas e cerca de 900 espécies de borboletas. Muitas dessas espécies são endêmicas e, agora, estão sob ameaça direta devido ao incêndio.
As chamas representam um perigo iminente para a flora e fauna locais, com riscos de perdas irreparáveis de espécies vegetais e animais, especialmente aquelas já classificadas como ameaçadas de extinção. Preservar o parque é vital não só para a conservação da Amazônia, mas também para manter os ciclos naturais e o equilíbrio ecológico da região.
Apelo por colaboração e preocupação econômica
Diante da gravidade da situação, as autoridades têm reforçado a fiscalização e pedem a colaboração dos fazendeiros da região para evitar novos focos de incêndio. No entanto, as dimensões do problema e as condições climáticas desfavoráveis complicam os esforços de controle.
Além do impacto ambiental, o incêndio no Parque Estadual Cristalino II também ameaça a economia local. A área, conhecida por atrair ecoturistas e pesquisadores científicos, depende do turismo e de atividades sustentáveis. Com as chamas se espalhando, tanto a biodiversidade quanto o sustento da comunidade local estão em risco.
O incêndio no Parque Estadual Cristalino II não é apenas uma tragédia ambiental, mas também um alerta sobre a necessidade urgente de proteger e conservar as riquezas naturais do Brasil. Enquanto as equipes de combate ao fogo continuam seus esforços, a comunidade local e as autoridades ambientais se unem na esperança de salvar o parque e tudo o que ele representa.