O que começou como um ato de compaixão transformou-se em uma batalha judicial em Barra do Garças (MT). O médico cirurgião Morato Luiz Costa resgatou um macaco-prego recém-nascido, que encontrou à beira da morte próximo à sua chácara. Com uma perna amputada e infestada de larvas, o filhote pesava apenas 120 gramas e mal reagia. Com o apoio de uma médica neonatologista e a experiência como cirurgião, Morato tratou o animal e salvou sua vida.
O macaco ganhou o nome de Guerreiro e ou a ser tratado como membro da família. Morato adaptou a casa para ele, construiu um viveiro e relatou que o animal tornou-se o xodó da filha, dormindo com ela todas as noites. O médico buscou a regularização e obteve uma autorização provisória da Sema-MT para a guarda do animal, incluindo chipagem e laudos veterinários.
Apreensão e início da batalha judicial
Nove meses após o resgate, o Ibama entrou em contato com Morato. No dia 30 de maio de 2025, agentes federais cumpriram ordem judicial e apreenderam Guerreiro. Câmeras de segurança registraram o momento em que os agentes chegaram à residência armados, o que, segundo Morato, causou choque na filha.
O médico relata que o Ibama justificou a ação alegando exposição indevida do animal em redes sociais, algo que ele nega.
— “Nunca postei foto dele para os outros. As poucas imagens que existem são nossas, pessoais. Nunca usei o Guerreiro para aparecer ou ganhar dinheiro. Ele era só parte da nossa vida” — disse Morato.
Desde então, a família não teve mais contato com Guerreiro, que foi encaminhado a um centro de reabilitação em Brasília. Morato ingressou com ações na Justiça Federal para tentar reaver o direito de permanecer com o macaco. Três processos tramitam sob sigilo.
Comoção e campanha pela volta de Guerreiro
A apreensão gerou grande comoção em Barra do Garças e impulsionou uma campanha nas redes sociais intitulada “Volta Guerreiro”, que pede a devolução do animal à família.
— “Eles não tiraram um animal. Eles tiraram um pedaço da nossa família. Nós não criamos o Guerreiro para o mundo. Criamos ele para viver com a gente, porque ele precisava, porque ele não sobreviveria fora daqui” — finalizou Morato.
Posição dos órgãos ambientais
O Instituto Chico Mendes (ICMBio) informou que não tem atuação direta na região de Barra do Garças. Ibama e Sema-MT não se manifestaram até o fechamento desta matéria.
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Perguntas frequentes
Um macaco-prego resgatado à beira da morte e criado como membro da família pelo médico Morato Luiz.
Segundo Morato, a alegação foi exposição indevida do macaco nas redes sociais.
Ingressou com ações na Justiça Federal para tentar recuperar a guarda de Guerreiro.