O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), de 35 anos, conquistou neste sábado (1º/2) a presidência da Câmara dos Deputados. Com o apoio de uma ampla coalizão política, Motta recebeu 444 votos, superando seus adversários Marcel van Hattem (Novo-RS), que obteve 31 votos, e o pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que somou 22. A articulação política liderada por Arthur Lira (PP-AL), seu antecessor, foi crucial para a vitória expressiva.
Hugo Motta é eleito presidente da Câmara com ampla aliança partidária
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) February 2, 2025
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Motta, que exerce seu quarto mandato na Casa, agora lidera um dos principais poderes da República. Ele precisará lidar com desafios legislativos complexos, principalmente em questões que envolvem o relacionamento entre governo e oposição.
Aliança ampla e composição da nova mesa diretora
Motta garantiu o apoio de partidos variados, como MDB, PT, PL, PSD, PSDB, Republicanos, Solidariedade, entre outros. Apenas o PSOL e o Novo preferiram lançar candidatos próprios. Essa base de sustentação política indica uma forte articulação para enfrentar os debates legislativos nos próximos dois anos.
Além da presidência, a Câmara definiu os ocupantes das posições na Mesa Diretora. Veja como ficou a composição:
- 1ª vice-presidência: Altineu Côrtes (PL-RJ);
- 2ª vice-presidência: Elmar Nascimento (União-BA);
- 1ª secretaria: Carlos Veras (PT-PE);
- 2ª secretaria: Lula da Fonte (PP-PE);
- 3ª secretaria: Delegada Katarina (PSD-SE);
- 4ª secretaria: Sergio Souza (MDB-PR).
Com essa configuração, Motta contará com o respaldo político necessário para conduzir as pautas da Câmara. No entanto, ele precisará demonstrar habilidade para equilibrar os interesses divergentes dentro dessa ampla coalizão.
Discurso de posse: memórias de Ulysses Guimarães e críticas ao “toma lá, dá cá”
Durante o discurso de posse, Motta emocionou o plenário ao recordar Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte de 1988. Ele destacou a importância do legado de Guimarães para a democracia brasileira.
“Esta é e será sempre a cadeira do senhor diretas, do senhor democracia, a eterna cadeira do pai de nossa Constituição, Ulysses Guimarães,” afirmou.
Motta aproveitou o momento para criticar duramente a prática política conhecida como “toma lá, dá cá”. Segundo ele, essa troca de favores entre Executivo e Legislativo enfraquece a independência do Parlamento.
“Resvalamos para um absolutismo presidencial que a Constituição não previa através do arranjo da cooptação do parlamento, do toma lá, dá cá, uma espécie de arrendamento do poder do Legislativo pelo Executivo,” criticou.
O futuro da gestão de Hugo Motta
A liderança de Motta na Câmara terá como foco consolidar consensos sobre projetos prioritários. No entanto, ele precisará enfrentar as tensões inerentes à política nacional, especialmente no que diz respeito às expectativas de transparência e autonomia entre os poderes.
O novo presidente busca, assim, imprimir um estilo de comando que equilibre cooperação e independência, promovendo debates construtivos para o desenvolvimento do país.
Hugo Motta, de 35 anos, é deputado federal pelo Republicanos-PB, médico de formação, casado e pai de dois filhos. Ele está em seu quarto mandato, tendo sido eleito pela primeira vez em 2010, aos 21 anos.
Partidos como MDB, PT, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, entre outros, formaram uma ampla aliança em apoio a Motta. Apenas o PSOL e o Novo lançaram candidatos próprios.
Motta criticou o arranjo político conhecido como “toma lá, dá cá”, que envolve a troca de favores entre o Executivo e o Legislativo. Ele defendeu maior independência entre os poderes.