Na noite de terça-feira (20), um homem de 26 anos sofreu um espancamento violento em frente a um supermercado no bairro Alípio de Melo, em Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, ao menos dez adolescentes participaram do ataque, utilizando pedras e pedaços de pau. A ação, além de chocante, levanta sérias dúvidas sobre o avanço da violência coletiva e o sentimento de impunidade que cresce entre os jovens.
Alegações de vingança motivaram o ataque
Segundo relatos obtidos no local, um adolescente de 17 anos, detido pela PM, afirmou que o grupo decidiu se vingar. Na versão apresentada por ele, a vítima teria tentado assaltar um de seus colegas na semana anterior. Além disso, ele alegou que, um dia antes do espancamento, o mesmo homem teria tentado esfaquear outro amigo do grupo.
No entanto, apesar das acusações, os policiais não encontraram nenhuma faca com a vítima. Tampouco testemunhas confirmaram qualquer tentativa de esfaqueamento. Ainda assim, os adolescentes decidiram agir, o que demonstra uma tendência preocupante de julgamento e punição por iniciativa própria.
Falta de confiança na Justiça alimenta linchamentos
Atualmente, pesquisas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que mais de 70% dos brasileiros não confiam na capacidade da polícia de resolver crimes. Como consequência, cada vez mais pessoas recorrem a soluções violentas, como os linchamentos. Esse tipo de ação já registra mais de 300 casos por ano no Brasil, conforme apontam levantamentos recentes.
Dessa forma, a sociedade parece entrar em um ciclo perigoso, onde o medo e a revolta substituem o devido processo legal. A violência, então, a a ser tratada como resposta imediata à violência o que apenas agrava o problema.
Estado de saúde da vítima e próximos os da investigação
Conforme informado pelas autoridades médicas, a vítima permanece internada em estado grave, sem previsão de alta. Por isso, ainda não foi possível ouvir sua versão dos fatos. Paralelamente, a Polícia Civil investiga o caso e deve conduzir novas diligências para apurar se houve, de fato, uma tentativa anterior de assalto ou agressão.
Enquanto isso, o adolescente apreendido responderá por tentativa de homicídio. O caso segue em apuração, mas já expõe uma realidade dura: quando o Estado falha, parte da população decide fazer justiça com as próprias mãos mesmo que sem provas.
Perguntas frequentes
A ausência de respostas rápidas da Justiça, a influência de pares e o desejo de punir sem esperar.
Quando não há ameaça atual, mas sim retaliação premeditada, o ato a a configurar crime.
É necessário investir em policiamento comunitário, educação legal nas escolas e celeridade nos processos.
