Brasil reafirma neutralidade e aposta no multilateralismo, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou em entrevista ao UOL que o Brasil não vai tomar partido entre Estados Unidos e China em meio à escalada da guerra comercial entre as duas potências. Segundo ele, o presidente Lula acredita profundamente no multilateralismo e vê essa postura como a única possível para um país com a dimensão e a relevância do Brasil no cenário global.

Multilateralismo como estratégia de Estado

“Ele acredita no multilateralismo mesmo. Ele pensa que o Brasil, pela sua dimensão, nem pode pensar em outra política que não seja multilateral”, afirmou Haddad. Para o ministro, a agenda internacional recente demonstra esse compromisso com o equilíbrio geopolítico: “O fato de que, na mesma semana, eu estar nos EUA e ele na China deveria significar alguma coisa para um observador isento.”

Presença nos EUA e na China em uma mesma semana

Na semana ada, Haddad esteve nos Estados Unidos para promover o plano nacional de data centers, além de se reunir com Scott Bessent, secretário do Tesouro americano. Na pauta, discussões sobre tarifas comerciais e a digitalização da economia. Simultaneamente, o presidente Lula cumpria agenda na China, onde anunciou parcerias e novos investimentos com o país asiático.

Viagens têm aval direto do presidente

Haddad deixou claro que só viaja ao exterior com autorização direta do presidente Lula. Ao responder sobre o caráter estratégico das visitas diante da postura global dos EUA, ele afirmou que o próprio presidente coordena as movimentações internacionais, o que demonstra um posicionamento diplomático claro e planejado.

Perguntas e Respostas

O Brasil vai escolher entre China e EUA?

Não. O governo reafirma o compromisso com o multilateralismo e a neutralidade.

Por que Haddad e Lula viajaram em semanas simultâneas?

Para reforçar a posição estratégica do Brasil junto às duas potências, sem alinhamento automático.

As viagens foram combinadas?

Sim. Haddad deixou claro que só viaja com autorização do presidente Lula.

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